María Corina Machado acusa Maduro de ‘campanha de terror’ na Venezuela com prisões e perseguições

Opositora, que é alvo de uma investigação criminal pelo Ministério Público por ‘instigação à insurreição’, pediu que seus apoiadores não se intimidem diante de regime chavista

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Por Redação

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, denunciou nesta terça-feira, 6, uma “campanha de terror” no país e pediu que seus apoiadores “não se deixem intimidar” pelo regime de Nicolás Maduro. A declaração da opositora ocorre em meio a prisões em massa nos protestos contra a contestada reeleição de Maduro e a nova cruzada do governante chavista contra redes sociais e plataformas de mensagens.

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“Não se deixem intimidar, muito menos desanimar, assustar ou desmoralizar por forças obscuras que pretendem fazer com que não nos comuniquemos e semear medo, ruído entre nós. Não permitam: ajudem nossos familiares e vizinhos a não serem vítimas desta campanha de terror”, declarou Corina Machado em um áudio compartilhado nas redes sociais.

A fala da opositora surge um dia depois que uma investigação criminal foi aberta pelo Ministério Público da Venezuela contra ela e o candidato presidencial Edmundo González, após um apelo de ambos aos militares e à polícia para que retirassem seu apoio a Maduro e não reprimissem os protestos que eclodiram após a polêmica eleição de 28 de julho.

Pelo menos 11 civis morreram em manifestações da oposição contra a proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato, segundo organizações de direitos humanos, e há mais de 2.000 detidos.

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A promotoria também alertou sobre o suposto cometimento dos crimes de “instigação à desobediência às leis, instigação à insurreição, associação para cometer um crime e conspiração”. Corina Machado não fez menção à ação judicial contra ela e González em sua declaração nas redes sociais.

Nesta segunda-feira, a Força Armada Nacional Bolivariana descreveu como “desesperados e sediciosos” os pedidos de apoio da oposição e ratificou sua “lealdade absoluta” a Maduro.

Maria Corina Machado divulgou um áudio nas redes sociais denunciando uma 'campanha de terror' e pediu que seus apoiadores não se intimidem diante de regime chavista. Foto: Cristian Hernandez/AP

“Estes apelos ridículos e irracionais buscam desestabilizar nossa unidade e institucionalidade, mas nunca conseguirão”, destacou Padrino, acompanhado do alto comando militar e policial. “Ratificamos nossa absoluta lealdade ao cidadão Nicolás Maduro Moros (...), legitimamente reeleito pelo poder popular para o próximo período presidencial 2025-2031″, acrescentou.

Campanha contra as redes

Além da repressão nas ruas, Maduro também iniciou um ataque contra plataformas digitais ao denunciar golpe “ciberfascista”. Na segunda-feira, 5, em um comício no palácio presidencial de Miraflores, Maduro convocou um boicote ao WhatsApp. “Estão usando o WhatsApp para ameaçar a Venezuela e então eu vou excluir o WhatsApp do meu telefone para sempre”, declarou o ditador, desinstalando diante das câmeras o aplicativo e convidando seus apoiadores a fazerem o mesmo.

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Antes disso, Maduro já havia atacado TikTok e Instagram, por onde seus opositores têm repercutido as denúncias de fraude. As manifestações também foram transmitidas pelas redes sociais, enquanto a maioria da mídia tradicional venezuelana permaneceu em silêncio em um ambiente de repressão à livre imprensa.

“Usaram o processo eleitoral (...) para instalar o ódio através do TikTok e Instagram. Acuso o TikTok e acuso o Instagram de sua responsabilidade na instalação do ódio para dividir os venezuelanos”, disse Maduro, que pediu ao seu Conselho de Segurança “recomendações” para regular as redes sociais e evitar um “golpe de Estado ciberfascista criminoso”.

Em reação à postura adotada pelo ditador, Corina Machado declarou: “Querem nos intimidar para que não nos comuniquemos, porque isolados ficaríamos muito mais fracos e isso não vai acontecer. Sempre encontraremos formas de nos mantermos conectados, organizados e ativos (...), o medo não vai nos paralisar e não deixaremos as ruas.”/AFP.

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