Marinha argentina confirma evento 'consistente com explosão' em submarino desaparecido

Porta-voz afirmou que ruído detectado na região onde a embarcação sumiu trata-se de 'evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear' que coincide com o de uma explosão; ARA San Juan perdeu contato há 8 dias

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Por Redação

BUENOS AIRES - A Marinha da Argentina confirmou na manhã desta quinta-feira, 23, que registrou um evento "consistente com uma explosão" na região das buscas pelo submarino ARA San Juan, que desapareceu há oito dias no Oceano Atlântico, quando navegava entre Ushuaia e Mar del Plata. 

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A notícia foi recebida com dor, angústia e raiva pelos parentes da tripulação do submarino na base naval de Mar del Plata. Alguns saíram chorando do local enquanto outros se abraçavam, desolados.

Parentes de tripulantes se desesperam após Marinha argentina informar sobre evento 'consistente com explosão' em região onde submarino desapareceu Foto: REUTERS/Marcos Brindicci

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"Recebemos uma informação do embaixador na Áustria sobre um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão", afirmou o capitão Enrique Balbi, porta-voz da Marinha argentina.

Balbi afirmou que "esse evento (...) coincide com uma informação recebida pelos Estados Unidos" a respeito de uma "anomalia hidroacústica" submarina, que ocorreu no dia 15, às 10h31 no horário local. O porta-voz da Marinha argentina explicou que a informação foi repassada esta manhã ao embaixador argentino na Áustria, após análises de vários institutos. 

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"Diferentes fontes, hidrofones (microfones subaquáticos) situados em partes distintas do mar, coincidem. De acordo com esse relatório, houve uma explosão", afirmou Balbi, que preferiu não estabelecer hipóteses sobre a causa da explosão, afirmando que são necessárias provas precisas para alguma conclusão ser estabelecida.

De acordo com a tenente da Marinha americana Lily Hinz, "não foi uma baleia, e isso não é um som comum".

"Eu me sinto enganada, como vocês vão descobrir agora! São uns perversos e nos manipularam", disse Itatí Leguizamón, advogada e mulher de um tripulante ao deixar enfurecida a base, momentos antes de a imprensa ser informada pelas autoridades argentinas.

"Não nos disseram que estão mortos, mas dizem que o submarino está a 3.000 metros (de profundidade). O que você entende desta informação", afirmou. "Eles nem terminaram de ler (o relatório para as família) e as pessoas avançaram sobre (os responsáveis da Marinha)."

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Navios e aviões de mais de dez países participam das operações de busca pelo submarino ARA San Juan, que envolvem uma área de 480 mil quilômetros quadrados no Oceano Atlântico. Nenhum sinal da embarcação tinha sido detectado desde sua última comunicação com a base, em que o comandante do submarino relatou avarias elétricas e recebeu a recomendação de retornar a Mar del Plata.  / AFP e AP

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