LAGOS - Um ataque de um grupo armado na região central da Nigéria causou a morte de pelo menos 25 pessoas, relatou um líder comunitário à agência de notícias EFE no sábado, 6. O ataque ocorreu na quinta-feira, 4, no estado de Kogi.
Elias Atabor, líder da comunidade Agojeju-Odo, na cidade de Omala, onde ocorreu o massacre, disse que um grupo de atacantes invadiu a cidade, abrindo fogo indiscriminadamente.
“Até agora, enterramos 25 pessoas cujas vidas foram ceifadas pelos agressores. Muitas pessoas ficaram feridas e, até o momento, muitas ainda não foram encontradas”, lamentou Atabor.
“Há medo em toda parte. As pessoas temem que os ataques voltem”, disse ele, destacando que a comunidade sofreu muitos desses ataques nos últimos tempos e precisava de “proteção” das autoridades.
Atabor atribuiu os ataques aos “bandidos”, um termo usado no país para nomear gangues criminosas que cometem assaltos e sequestros em massa para exigir grandes resgates.
No entanto, o aldeão Bashir Bello descreveu o incidente como atos de retaliação de pastores nômades após confrontos com vizinhos ocorridos nos últimos dias.
“Houve desentendimentos entre nosso povo e os pastores Fulani na semana passada, o que resultou em pequenos confrontos”, disse Bello à EFE. “Os pastores voltaram para retaliar após ataques a alguns deles (...) Enterramos mais de 20 pessoas”, disse ele.
Kogi fica na área que divide o norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano, e o sul, majoritariamente cristão, e tem enfrentado tensões étnicas e religiosas há anos.
Os confrontos são comuns entre comunidades de agricultores, em sua maioria cristãos, e pastores do povo Fulani, principalmente muçulmanos, na região devido a diferenças no uso da terra e dos escassos recursos naturais.
A insegurança é ainda mais exacerbada por ataques persistentes de bandidos em vários estados do país, especialmente nas regiões central e noroeste.
Esses ataques, realizados por bandidos, persistem apesar das repetidas promessas do governo nigeriano de acabar com a violência.
O governo reforçou a mobilização de suas forças de segurança em resposta a essas ameaças contínuas.
Da mesma forma, a região nordeste do país tem sido atormentada pela violência perpetrada pelo grupo Boko Haram desde 2009.
Além disso, desde 2016, a região também tem sofrido ataques de seu grupo dissidente, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês). / EFE
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