Com entusiasmo dos fiéis, o papa Francisco desembarca hoje em Santa Cruz de la Sierra, a segunda maior cidade boliviana, com 1,7 milhão de habitantes. A cidade vive a expectativa da missa que deve ser realizada amanhã, para a qual são esperados 2 milhões de pessoas, um público maior do que a população local. Milhares de pessoas vieram da Bolívia e de países vizinhos, entre eles o Brasil, para ver o papa. A médica boliviana Maria Gabriela Madde, de 28 anos, que desde o ano passado faz residência na Santa Casa, em Santos (SP), desembarcou ontem em Santa Cruz, sua cidade natal. Ela foi ver o papa e ficar duas semanas com a família. Estava ansiosa para acompanhar a missa de amanhã. "Quando eu soube que o papa viria à Bolívia, combinei com outros quatro amigos, que também moram em Santos, e decidimos vir para assistir à missa no Cristo Redentor e aproveitar a cidade enquanto ele estiver por aqui", disse Maria Gabriela. " Esse papa transmite muita paz, tem uma presença muito forte. Quero muito vê-lo, mesmo que seja de longe." O aeroporto de Viru Viru, onde o papa desembarca às 21h15, tem desde o início da semana um movimento atípico de turistas, segundo moradores e motoristas de táxi da cidade. São longas as filas para a imigração e também controle de bagagens pela alfândega. A missa será celebrada no ponto turístico conhecido como Cristo Redentor. O altar já está montado, mas a forte chuva com granizo que caiu ontem prejudicou os preparativos finais. As ruas ficaram vazias. A lei seca está em vigor desde a meia-noite de hoje na cidade, apesar da reclamação de comerciantes locais. Antes de viajar para Santa Cruz de la Sierra, o papa passará algumas horas em La Paz. Ele será recebido pelo presidente Evo Morales no aeroporto de El Alto e fará uma visita ao líder boliviano no Palácio do Governo. Em Santa Cruz, a agenda do pontífice é extensa, com dois encontros com religiosos (um com sacerdotes e seminaristas e outro com os bispos bolivianos), participação no Encontro Mundial dos Movimentos Populares e visita ao presídio de Palmasola, um dos mais violentos do país, com briga de facções e motins frequentes.
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