JERUSALÉM -O membro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou na noite de quarta-feira, 21, que existem “sinais preliminares” de progresso em um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que interromperia os combates na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns israelenses.
Sem oferecer detalhes, Gantz disse que houve progresso para um novo rascunho do acordo que indica uma “possibilidade de avançar”.
“Não vamos parar de procurar o caminho e não perderemos nenhuma oportunidade de trazer os reféns para casa”, disse Gantz em entrevista coletiva televisionada.
Segundo autoridades israelenses, 134 reféns ainda estão em Gaza, embora as autoridades acreditem que pelo menos 30 deles estejam mortos. Mais de 100 reféns foram libertados em novembro após um acordo de uma semana de trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que também contou com a libertação de centenas de palestinos que estavam detidos em prisões israelenses.
A guerra começou no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas, além de terem sequestrado 240, no maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto. Após o ataque, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma ofensiva na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e invasão terrestre. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, mais de 29 mil palestinos morreram no enclave palestino desde o inicio da guerra.
Saiba mais
Quinto mês de guerra
Com a guerra avançando para o seu quinto mês, um acordo para uma possível trégua permanece incerto. No sábado, 17, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que as discussões sobre um possível cessar-fogo chegaram a um impasse depois que delegações de Israel, Hamas, EUA, Catar e Egito se reuniram para uma rodada de negociações indiretas no Cairo.
Uma porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Ilana Stein, afirmou em resposta a uma pergunta em uma coletiva de imprensa na quarta-feira que não tinha comentários sobre se Israel pretendia enviar uma delegação para futuras negociações no Cairo ou em Paris, onde vários mediadores se reuniram. no mês passado para pressionar por um cessar-fogo.
O grupo terrorista Hamas disse que uma delegação liderada por Ismail Haniyeh, o chefe do gabinete político do grupo, esteve no Cairo na terça-feira, 20, para discutir os esforços para acabar com a guerra com autoridades egípcias.
Mais tarde na quarta-feira, Gantz alertou que Israel estava se preparando para avançar até a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, assim que os civis palestinos fossem retirados da cidade. Tel-Aviv alega que Rafah, que faz fronteira com o Egito, é um reduto do Hamas e que muitos reféns israelenses estão sendo mantidos na cidade. Sem um acordo para a libertação dos reféns, Israel apontou que continuaria as operações militares durante o mês sagrado do Ramadã, que começa em março.
Mais de um milhão de palestinos se deslocaram para Rafah após Israel concentrar as operações militares no norte e no centro do enclave palestino. Diversos países do Ocidente já se mostraram reticentes quanto a uma possível operação militar na cidade, mas líderes israelenses destacaram que continuariam com seus planos./com NYT
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.