Menino sírio resgatado é usado por ditador e Rússia em 'guerra de imagens'
Pai de Omran, fotografado em 2016 aos 5 anos dentro de uma ambulância coberto de poeira e sangue, diz que mudou o nome dele por ser intimidado por rebeldes
Omran Daqneesh apareceu ao lado do pai em um vídeo, aparentemente ainda morando em Alepo, e dizendo à repórter Kinana Allouche que não quer ir embora do país. Uma das agências internacionais que registraram o momento foi a Ruptly, que reproduz o discurso oficial do governo russo, aliado do ditador Bashar Assad.
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Uma foto do menino ferido quando tinha 5 anos, sentado sozinho e com expressão de choque na traseira de uma ambulância após um ataque aéreo circulou por todo o mundo em agosto de 2016, ressaltando o sofrimento dos civis no leste sitiado de Alepo. O irmão mais velho dele, Ali, morreu devido aos ferimentos após o ataque.
O pai de Omran disse à repórter que seu filho está com boa saúde em Alepo - agora sob controle das forças do presidente sírio. Ele disse que cortou o cabelo do menino e mudou seu nome para evitar que seja sequestrado, acusando rebeldes de intimidarem sua família.
Não fica claro se a família foi coagida para participar do vídeo curto publicado no Facebook, a primeira vez em que Omran foi visto em público desde que foi ferido.
Valerie Szybala, do Instituto Síria, uma organização de pesquisa independente dedicada ao país, disse que a família provavelmente não teve liberdade de falar livremente. "Eles estão sob controle do governo agora, e este é um governo que sabemos que prende e tortura todos que se pronunciam contra ele... para mim a situação parece sugerir que isso provavelmente foi sob coação", disse Szybala à Reuters.
Sofrimento das crianças na Síria
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Sofrimento das crianças na Síria
A foto do pequeno Omran, de 5 anos, com o rosto coberto de sangue e pó após ficar ferido durante os bombardeios à cidade de Alepo, percorreu o mundo e... Foto: EFE/Centro de Información de AlepoMais
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Entre os mortos, há79.106 civis, incluindo 13,5 mil crianças, de acordo com um balanço realizado emfevereiro Foto: REUTERS/Badra Mamet
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A Síria, que em 2011 contava com23 milhões de habitantes, viu cerca de 13,5 milhões de pessoas serem deslocadas pela guerra, de acordo com dados da ON... Foto: REUTERS/Mahmoud Hebbo Mais
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Mais de 3,5 milhões de crianças sírias (uma em cada três)nasceramem áreasde guerra desde que o conflito começou, de acordo com umrelatório doFundo das... Foto: REUTERS/Hassan AbdallahMais
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O mesmo estudo aponta que cerca de 8,5 milhões de crianças (mais de 80% das crianças sírias)foram afetadas pelo conflito, dentro do país ou como refug... Foto: AFP PHOTOMais
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Segundo a agência das Nações Unidas, 306 mil crianças nasceram como refugiadas desde 2011, muitas delas em países vizinhos à Síria (Turquia, Líbano, J... Foto: REUTERS/Khalil Ashawi Mais
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Outro problema que afeta os menores diretamente é o acesso a uma educação digna.Segundo dados oficiais,mais de 2 milhões de crianças dentro da Síria, ... Foto: REUTERS/Thaer Al KhalidiyaMais
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A desproteção das crianças levou o Unicefa registrar até 1,5 mil violações dos direitos da infância em 2015, 60% casos de morte ou mutilação em conseq... Foto: AP Photo/Petros GiannakourisMais
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Um relatório doUnicefrevelou que, somenteem 2015, aproximadamente 400 crianças morreram na Síria e nos países vizinhos, e 500 sofreram algum tipo de m... Foto: AFP PHOTOMais
A resistência dos rebeldes em Alepo terminou em dezembro, depois de anos de combates e meses de cerco e bombardeios que culminaram em uma retirada sangrenta quando os insurgentes concordaram em recuar durante um cessar-fogo. Na época, jornalistas contrários ao regime insinuaram que as primeiras fotografias - do menino sentado na ambulância - eram falsas, mas não houve prova de adulterações.
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A guerra civil síria, que irrompeu em 2011, já matou estimadas 465 mil pessoas. / COM REUTERS