A algumas quadras do Centro de Convenções de Miami Beach, onde um hospital de campanha de emergência está pronto para lidar com uma possível onda de pacientes de covid-19, é tempo de festa em Ocean Drive, a famosa avenida à beira-mar.
Nos últimos dias, as redes sociais mostraram pessoas sem máscaras dançando nas ruas, espremidas em carros transformados em clubes noturnos improvisados e se amontoando ombro a ombro com bebidas nas duas mãos nas áreas externas dos restaurantes.
“É um conto de duas cidades”, disse o prefeito, Dan Gelber, em referência ao romance homônimo de Charles Dickens. “Nossos moradores são bastante responsáveis, mas nossos visitantes não se comportam bem. Existem áreas da cidade onde parece que as únicas pessoas ali são aquelas que acham que não existe um vírus.”
A Flórida está se tornando rapidamente o epicentro de uma segunda onda da pandemia do coronavírus nos EUA. O Departamento de Saúde do Estado confirmou pelo menos mais 9 mil casos novos na terça-feira, o que eleva o total a mais de 290 mil. A região registrou ainda outras 133 mortes, superando agora os 4,5 mil mortos.
Na região de South Florida, autoridades hospitalares relataram prontos-socorros e unidades de tratamento intensivo quase lotados. No domingo, a Flórida relatou mais de 15 mil casos – um novo recorde diário.
Mas um grupo de veranistas de máscaras e biquínis vindos da cidade de Nova York disse que isso não irá desestimulá-los. “Sabemos que existe uma pandemia, mas não é para deixar de viver a vida”, disse Tamia Young, funcionária do correio, de 36 anos, que saiu do Brooklyn com a mãe e duas filhas.
O número de locais fechamentos aumentou nos últimos dias. O Clevelander, hotel de Ocean Drive conhecido por suas festas 24 horas por dia espalhadas por bares, piscinas e clubes, reabriu em 18 de junho, mas fechou na segunda-feira após um dos empregados ter se contaminado. / REUTERS
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