O presidente argentino Javier Milei mais uma vez chamou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez de “incompetente, mentiroso e covarde” e o classificou como “motivo de chacota da Europa”, na noite desta quinta-feira, 24. A frase foi dita em entrevista à emissora de televisão local LN+, e é uma nova escalada de ataques na crise diplomática desencadeada após Milei chamar a esposa do líder socialista de “corrupta”.
“Ele me atacou de todas as formas, e quando respondi de forma abstrata com um exemplo, ele se sentiu aludido e usou todo o aparato estatal para responder em detrimento de uma bela relação entre os povos da Espanha e da Argentina”, disse Milei em entrevista à LN+.
“Hoje, a Espanha é motivo de chacota na Europa em questões diplomáticas”, disse o libertário.
No domingo, durante uma reunião em Madri de líderes da direita radical organizada pelo partido espanhol Vox, Milei se referiu à esposa de Sánchez, Begoña Gómez, como uma “mulher corrupta”, sem a identificar diretamente.
No final de abril, o judiciário espanhol abriu uma investigação preliminar contra Gómez por suspeita de tráfico de influência e corrupção, mas o Ministério Público logo em seguida solicitou o arquivamento do caso por não haver provas suficientes.
As declarações de Milei levaram a Espanha a exigir um pedido de desculpas e a retirar seu embaixador em Buenos Aires. A número três do governo de Sánchez, Yolanda Díaz, acusou o líder argentino de semear “ódio”, e o ministro dos transportes, Oscar Puente, sugeriu que ele usava drogas ao fazer seus discursos.
Entenda
“Ele mandou seus ministros para me atacarem, nem sequer teve a coragem de fazê-lo, e depois, com o revés que recebeu com o ministro dos Transportes, covardemente enviou mulheres para me atacar para tentar enquadrá-lo como uma questão de misoginia”, disse Milei na entrevista transmitida nesta quinta-feira.
A dura troca de acusações entre Madri e Buenos Aires tornou-se a pior crise diplomática do governo do presidente da Argentina, que já entrou em conflito com os presidentes da Colômbia e do México./AFP
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