Militares dos EUA se opõem a visita da presidente da Câmara a Taiwan por tensão com China, diz Biden

Pequim afirmou que vai responder com ‘medidas assertivas’ caso viagem aconteça

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Por Redação
Atualização:

A possível visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à Taiwan preocupa os comandantes militares americanos, afirmou o presidente Joe Biden na noite da quarta-feira, 20. Os militares temem que haja uma escalada nas tensões com a China, que considera Taiwan uma província rebelde e a reivindica para si, e se opõem à viagem.

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Pequim já declarou que vai responder com “medidas assertivas” caso a visita, que não está confirmada, seja realizada. Questionado sobre a chance da viagem acontecer, Biden respondeu que “os militares acham que não é uma boa ideia”.

Taiwan é uma ilha com um governo independente e apoiado pelos Estados Unidos. Recentemente, várias delegações americanas visitaram a ilha, mas Nancy Pelosi seria a autoridade americana de mais alto escalão em décadas. Além de presidente da Câmara, Pelosi é a segunda na linha sucessória presidencial, depois da vice-presidente Kamala Harris.

Imagem mostra presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi em coletiva de imprensa no Capitólio, Washington, em 14 de julho. Viagem da congressista à Taiwan pode aumentar tensões com a China Foto: Elizabeth Frantz/Reuters

A congressista disse não ter conversado diretamente com Biden sobre o assunto, mas especulou que a oposição dos militares seja por medo que o avião “seja derrubado, ou algo assim, por parte dos chineses”. “Nenhum de nós jamais disse ser favorável à independência quando se trata de Taiwan. Isso quem decide é Taiwan”, destacou.

Pelosi havia estudado fazer a viagem à Taiwan em abril, mas cancelou os planos depois de testar positivo para covid-19. Nenhuma visita foi confirmada oficialmente, mas na terça-feira o Financial Times divulgou a suposta agenda de que ela estaria em agosto na ilha. O gabinete da americana se recusou a comentar, acrescentando que não confirmaria ou negaria por protocolos de segurança.

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Entretanto, a divulgação do Financial Times foi suficiente para receber uma resposta de Pequim. “A China se opõe veementemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre Estados Unidos e Taiwan. [...] Se Pelosi visitar Taiwan, [...] isso teria um sério impacto na base política das relações sino-americanas e enviaria o sinal errado para as forças pró-independência na ilha”, reagiu um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China no mesmo dia.

“Se os Estados Unidos insistirem em seguir esta ideia (sobre Taiwan), a China tomará medidas firmes e fortes para salvaguardar sua soberania nacional e integridade territorial”, acrescentou.

Presidente dos EUA, Joe Biden, em conversa virtual com o líder chinês Xi Jinping no dia 15 de novembro de 2021. Relação entre os dois países pode piorar caso EUA externem mais apoio à Taiwan Foto: Jonathan Ernst / Reuters

Após a declaração, Biden disse que espera falar com o presidente chinês Xi Jinping em algum momento dos próximos 10 dias – inicialmente, sobre assuntos econômicos. Os EUA têm um compromisso de longa data com uma política que reconhece Pequim como o governo da China, mas permite relações informais e laços de defesa com Taipei.

O presidente americano já deu declarações duras sobre Taiwan. Em maio, disse que os EUA usariam a força para defender o território caso ela fosse invadida pela China e que Pequim “flerta com o perigo” ao ameaçar a ilha. Mais tarde, ele voltou atrás e suavizou a declaração.

O temor de uma invasão chinesa aumentou com o início da guerra da Ucrânia. Os americanos afirmam que a China pode se “encorajar” a reivindicar o território com justificativas semelhantes às utilizadas pelo presidente russo Vladimir Putin, que considera partes da Ucrânia pertencentes à Rússia.

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O diretor da CIA, Bill Burns, disse recentemente que a questão não é se a China invadirá a ilha, mas “quando e como”. /AP, AFP

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