Militares dos EUA treinam próximos da fronteira da Romênia com a Ucrânia em sinal de aviso à Rússia

Divisão especial do exército americano é implantada na Europa pela primeira vez desde a 2ª Guerra

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Por Redação
Atualização:

Militares da divisão aerotransportada do Exército dos Estados Unidos estão em treinamento em duas localidades da Romênia, sendo uma delas a poucos quilômetros da fronteira com a Ucrânia. É a primeira vez desde a 2ª Guerra que militares desta divisão, especializada em ataques rápidos, é implantada na Europa pelos EUA.

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Com a presença na Romênia, um país-membro da Otan, os soldados estão mais próximos da guerra na Ucrânia do que qualquer outra unidade militar dos EUA. O envio das tropas é considerado um aviso à Rússia de que o presidente Joe Biden está disposto a defender “cada centímetro” da aliança militar caso esta seja atacada, como prometeu. Segundo analistas, o treinamento também serve como uma garantia de que os aliados do sudeste europeu estejam prontos para conflitos.

Parte dos membros da Câmara dos Representantes dos EUA está cautelosa com o custo de atender às demandas de apoio da Ucrânia. Entretanto, os que defendem o posicionamento atual dos EUA argumentam que o país e a Otan não fizeram o suficiente para evitar uma invasão de Moscou a outro país no ano passado. “Esta é uma das lições mais importantes que temos que tirar da Ucrânia”, disse o deputado democrata Seth Moulton.

Militares franceses da Otan marcham durante o desfile do dia nacional em Bucareste, Romênia. Desfile contou com a presença de membros da 101ª Divisão Aerotransportada dos Estados Unidos Foto: Vadim Ghirda / AP - 01/12/2022

A divisão aerotransportada recebeu ordens para enviar cerca de 4 mil soldados e comandantes apenas algumas semanas após a Ucrânia ser invadida pela Rússia. Eles chegaram à base aérea da Romênia somente no verão do Hemisfério Norte com a missão de “treinar e operar no mesmo terreno que você pode ter que defender”, segundo declarou o general JP McGee, comandante da divisão. “Você tem que trabalhar com um aliado da Otan, e é quase inimaginável que iríamos lutar sem aliados no futuro”, declarou.

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Os americanos da divisão também estão presentes em outras partes da Europa em treinamento com tropas da Otan, como na Bulgária, Alemanha, Hungria e Eslováquia. Juntos, eles representam um acúmulo de forças dos EUA na Europa a partir da invasão russa na Ucrânia.

As forças romenas, que também participam de exercícios com tropas britânicas, têm testado os sistemas de lançamento de foguetes Himars – as mesmas armas que ajudaram a Ucrânia a empurrar as forças russas para a retirada - contra alvos simulados nos últimos meses. Três destes sistemas foram comprados há anos, mas ainda não foram entregues pelas autoridades.

O tenente-general Iulian Berdila, chefe das forças terrestres romenas, disse que as autoridades regionais alertaram o Ocidente sobre os avanços “incrementais e tóxicos” da Rússia desde que esta anexou a Crimeia em 2014, considerado ilegal por grande parte dos países. “Temos estado muito atentos ao que a Rússia faz e quais são as consequências”, disse Berdila.

Segundo Becca Wasser, analista de guerra do Centro para uma Nova Segurança Americana, um instituto de pesquisa em Washington, a presença da divisão tão perto da fronteira com a Ucrânia é mais do que simbólico porque permite decisões rápidas sobre onde posicionar milhares de tropas e armas caso a Rússia empurre a guerra para o território da Otan.

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A estratégia já havia sido adotada em 2020, quando milhares de soldados americanos foram enviados para bases militares em todo o Comando Central dos EUA por causa das tensões com o Irã em todo o Oriente Médio.