Militares vão rastrear coronavírus na Espanha e governo alerta para risco de segunda onda

Dois mil oficiais vão ser disponibilizados para atuar nas 17 regiões do país; objetivo é aumentar rastreamento e evitar novos surtos

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Por Redação
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MADRI - O governo da Espanha anunciou nesta terça-feira, 25, que mobilizará 2 mil militares para rastrear novos casos de coronavírus no país diante da "preocupante" evolução da pandemia, que também avança em outros países europeus. A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez e vale para as 17 regiões do país. Nas últimas duas semanas, a Espanha detectou ao menos 78 mil novas infecções. 

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O cenário é mais crítico na região de Madri, com 13.400 novos infectados em uma semana. Os moradores receberam a recomendação de sair o mínimo possível às ruas nas áreas mais afetadas. Até o momento, o país registra quase 29 mil mortes por coronavírus, de acordo com o balanço oficial. 

"Estamos longe da situação de março. Não deve existir um medo que nos paralise e nos impeça de agir", declarou Sánchez. "Mas não podemos permitir que a pandemia volte a dominar nossas vidas (...) não vamos permitir, temos que assumir o controle, achatar esta segunda curva (...) e quanto antes e com maior eficácia, melhor". 

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em coletiva de imprensa sobre o coronavírus Foto: REUTERS/Juan Medina

Sánchez anunciou que o governo colocará os militares à disposição das 17 regiões do país, que têm competência em questões de saúde e farão o trabalho de rastreamento. "Todas as comunidades têm à sua disposição a ferramenta legal do estado de alerta e a possibilidade de solicitar sua aplicação".

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“Se as coisas continuarem como estão, provavelmente teremos que voltar a algum tipo de confinamento, ao menos parcialmente”, avaliou José Felix Hoyo Jiménez, da organização sem fins lucrativos espanhola Médicos do Mundo, à emissora TeleMadrid na segunda.

Na região da Catalunha, as reuniões vão ser limitadas a apenas 10 pessoas, informou o líder regional Quim Torra também na segunda. Ele comentou que as próximas semanas serão decisivas para o futuro da região, cuja principal cidade é Barcelona. 

De acordo com o jornal britânico The Guardian, associações que representam empresas no país alertaram que continuam sofrendo os efeitos de um lockdown que quase paralisou a economia e desencadeou uma das recessões mais profundas da história recente. Elas rejeitam um novo lockdown. 

Vários países da Europa registram uma aceleração de casos com o retorno das férias de verão. Na França, os contágios aumentaram de maneira considerável na região de Paris e no sudeste do país. Isto levou a Alemanha a incluir estas duas áreas francesas entre as zonas de risco que seus cidadãos devem evitar.

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Considerada um país modelo por sua gestão da pandemia de covid-19, a Alemanha também registra uma alta importante de casos. O mesmo ocorreu na Itália, principalmente na região metropolitana de Roma, que chegou a registrar recorde de casos confirmados no fim de semana. 

Verão na Europa tem estimulado aglomerações em praia, como em Palma de Mallorca, na Espanha Foto: REUTERS/Enrique Calvo

Reinfecção

Além do aumento de casos na Europa e em outros países, dois pacientes, um na Bélgica e outro na Holanda, foram reinfectados pelo vírus, informou a rede de TV holandesa NOS, nesta terça. O registro ocorreu no dia seguinte ao anúncio de que um homem de Hong Kong havia sido o primeiro caso confirmado de dois diagnósticos da covid-19.

A virologista Marion Koopmans, citada pela emissora, informou que o paciente holandês era uma pessoa idosa com sistema imunológico enfraquecido. De acordo com ela, os casos em que os pacientes permanecem infectadas com o vírus por um longo tempo, com melhoras e pioras, são mais conhecidos. Mas uma reinfecção verdadeira, como nos casos holandês, belga e chinês, requer teste genético do vírus na primeira e segunda infecção para ver se as duas cepas se diferem.

Apesar disso, Marion disse que reinfecções já eram esperadas. "Que alguém apareça com uma reinfecção, não me deixa nervosa", disse. "Temos que ver com que frequência isso acontece." / Com informações da AFP 

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