O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, renunciou nesta quinta-feira (5, noite de quarta em Brasília), informou o gabinete presidencial, após a controvérsia gerada pela breve imposição de uma lei marcial pelo presidente Yoon Suk Yeol.
“Hoje, o presidente aceitou a renúncia do ministro da Defesa Nacional, Kim Yong-hyun, e aprovou sua demissão, nomeando o embaixador na Arábia Saudita, Choi Byung-hyuk, como novo candidato ministerial”, afirmou o escritório de Yoon.
Na terça-feira, 3, o presidente decretou lei marcial pela primeira vez em mais de quatro décadas. A medida foi inicialmente revogada pelos legisladores, que conseguiram entrar no Parlamento, bloqueado pelas forças de segurança e cercado por milhares de manifestantes. Depois, ela foi finalmente anulada pelo próprio Yoon.
Em seu discurso anunciando a ordem abrupta na terça-feira à noite, Yoon prometeu eliminar as forças “antiestado” e continuou a criticar as tentativas do Partido Democrata de impeachment de autoridades governamentais importantes e promotores seniores.
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Em reação à medida considerada autoritária pela maioria parlamentar de oposição, legisladores sul-coreanos apresentaram uma moção para destituir o presidente Yoon, acusando-o de tentar evitar investigações penais sobre ele e sua família ao impor uma lei marcial. Milhares de sul-coreanos também foram às ruas pedir a renúncia do presidente.
O impeachment de Yoon requer o apoio de dois terços da Assembleia Nacional e de pelo menos seis dos nove juízes do Tribunal Constitucional. O Partido Democrata da oposição liberal detém a maioria no parlamento de 300 assentos e pediu a renúncia de Yoon.
O partido governante anunciou sua oposição ao processo de impeachment. O líder parlamentar do partido, Choo Kyung-ho, afirmou nesta quinta-feira que “os 108 deputados do Partido do Poder Popular permanecerão unidos para rejeitar a destituição do presidente”.
O dirigente do partido, Han Dong-hoon, também declarou que trabalharão “para evitar que a moção de destituição seja aprovada”. Ele garantiu, entretanto, que isso não significa “defender a lei marcial inconstitucional do presidente”, ao qual já solicitou que deixe o partido.
Se a moção for aprovada, o presidente será suspenso e substituído pelo primeiro-ministro enquanto a Corte Constitucional analisa o caso e emite um veredicto no prazo de 180 dias. Caso o tribunal confirme a destituição, novas eleições presidenciais deverão ser realizadas em até 60 dias./AFP.
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