Ministro da Defesa da Venezuela pediu que Maduro renunciasse antes do segundo mandato

Posse ocorre nesta quinta-feira e líderes de Bolívia, Nicarágua e Cuba confirmaram presença no evento; representantes da Turquia, Rússia e China também devem comparecer

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Por Redação

CARACAS - O ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, pediu no mês passado que o presidente Nicolás Maduro deixasse o cargo ou que aceitasse a sua renúncia, revelou nesta quinta-feira, 10, o Washington Post às vésperas da posse do segundo mandato do bolivarianista.

Um funcionário de inteligência dos Estados Unidos afirmou sob condição de anonimato ao jornal que o ministro não cumpriu a própria ameaça de renunciar caso o presidente ignorasse o seu pedido.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (centro), caminha ao lado do ministro de Defesa, Vladimir Padrino Lopez (dir.), em evento do Dia da Guarda Nacional Foto: Miraflores Palace/Handout via REUTERS

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Enquanto isso, Maduro se prepara para ficar mais seis anos no cargo depois de ganhar as contestadas eleições de maio de 2018. A oposição venezuelana considerou a votação fraudulenta porque os principais líderes opositores estavam inabilitados para a votação ou presos.

O Parlamento da Venezuela, de maioria de oposição, pediu a ajuda do povo e dos militares para avançar em uma transição política e cessar a “usurpação” do poder de Maduro. O presidente da Casa, Juan Guaidó, falou que o Legislativo precisa de condições para um governo transitório e novas eleições dentro da Constituição.

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“Por isso, falamos aos militares, à base política do Partido Socialista Unido (governante), ao povo da Venezuela porque precisamos da sua participação”, afirmou.

Os militares anteciparam que não escutarão o chamado do Parlamento e prometeram a Maduro “irrestrito apoio e lealdade absoluta” diante do novo mandato, que se inicia nesta quinta-feira.

Presenças confirmadas

Chefes de Estado de cinco países da América Latina decidiram comparecer à posse de Nicolás Maduro, afirmou uma fonte do governo à EFE. A confirmação ocorre ao mesmo tempo em que vários outros países, incluindo o Brasil, não reconhecerão o novo mandato. Nesta quinta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realizará uma reunião em Washington “para considerar a situação” na Venezuela.

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Os líderes da Bolívia, Evo Morales, da Nicarágua, Daniel Ortega, de Cuba, Miguel Díaz-Canel, de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, e de Ossétia do Sul (país não reconhecido pelas Nações Unidas), Anatoly Bibilov, encabeçam a lista de presidentes que acompanham Maduro, ao lado de outros 20 representantes internacionais.

A fonte do governo, que pediu anonimato, contou que mais de 100 delegações estrangeiras foram convidadas para a cerimônia, mas se negou a dar outros detalhes sobre o assunto.

Até agora, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano confirmou a presença do vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, do vice-presidente do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia, Ilyas Umakhanov, do ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Changfu, entre outros.

A deputada federal eleita no Brasil e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, confirmou sua presença na posse, enquanto países como o Uruguai e México designaram seus encarregados de negócios em Caracas como representantes oficiais para este evento.

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A maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, não enviará nenhum representante para a posse, assim como os Estados Unidos e a União Europeia. / EFE

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