NOVA DÉLHI - Um ministro indiano foi fortemente censurado nesta terça-feira, 3, depois de criticar mulheres por se vestirem "como ocidentais" em uma celebração de ano-novo, quando um grupo teria realizado uma série de agressões sexuais. Embora a polícia ainda não tenha acusado ninguém em conexão com os episódios de violência da noite de sábado em Bangalore, os meios de comunicação locais publicaram testemunhos e fotos de vítimas fugindo dos agressores e buscando locais seguros.
A polícia diz estar analisando imagens de câmeras de vigilância para tentar identificar os criminosos. No entanto, um ministro responsável pelo policiamento do Estado de Karnataka, cuja maior cidade é Bangalore, disse que os "ataques infelizes" foram uma consequência das roupas ocidentais que as mulheres usavam.
"Um grande número de jovens se reuniram - jovens que são quase como ocidentais", disse o ministro do Interior, Karnataka Parameshwara, à rede de televisão The Times Now, falando em inglês. "Elas tentam copiar os ocidentais não só na mentalidade, mas até mesmo nas roupas, então alguns distúrbios, algumas meninas assediadas, esse tipo de coisa acontece", explicou.
Parameshwara, que mais tarde afirmou ter sido citado incorretamente, foi amplamente condenado por seus comentários, e o ministro do Interior do governo central, Kiren Rijiju, descreveu suas declarações como "irresponsáveis".
"Não podemos permitir que o ato vergonhoso de #MolestaçãoemMassa fique impune", disse no Twitter, acrescentando que a segurança das mulheres é uma "obrigação em uma sociedade civilizada".
Lalitha Kumaramangalam, que chefia a Comissão Nacional para Mulheres da Índia, disse que Parameshwara deve renunciar devido aos seus comentários. "Quero perguntar a este ministro: os homens indianos são tão patéticos e fracos que quando veem uma mulher com roupas ocidentais em um dia de folia ficam fora de controle?", questionou.
"Quando os homens indianos aprenderão a respeitar as mulheres? O ministro deve pedir desculpas às mulheres do país e renunciar", disse Kumaramangalam à agência de notícias Press Trust of India. / AFP
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