Montanhas de lixo se acumulam em Paris por causa de greve contra reforma da previdência

Profissionais estão paralisados desde a última segunda-feira; projeto, proposto pelo presidente Emmanuel Macron, pretende aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030

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Por Redação

PARIS - Os sacos de lixo se acumulam em Paris, onde 5.400 toneladas de resíduos não foram recolhidos devido à greve dos garis, que protestam pelo sétimo dia consecutivo contra a reforma da previdência, segundo a prefeitura.

Além dos garis, três centrais de incineração na região da capital francesa também estão paradas. Em alguns bairros, os sacos de lixo ocupam toda a calçada.

Os agentes municipais recolhem todo o lixo em metade da cidade, enquanto a outra metade é administrada por empresas privadas.

Pessoas passam por sacos de lixo não recolhidos em Paris, onde os garis estão em greve contra a reforma da Previdência de Macron  Foto: Michel Euler/AP Photo

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O sindicato CGT, o maior da França, afirma que os garis e motoristas de caminhões de lixo podem se aposentar aos 57 anos sem bonificações, idade que seria adiada e aumentada para 59 anos em caso de aprovação da reforma.

O projeto, proposto pelo presidente Emmanuel Macron, pretende aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030.

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Além disso, antecipa para 2027 a exigência de 43 anos de contribuição (e não 42 como atualmente) para o direito a receber pensão integral.

“A maioria dos funcionários do departamento de gestão de lixo e águas tem uma expectativa de vida entre 12 a 17 anos inferior ao restante dos trabalhadores”, destaca o sindicato.

Prefeitura de Paris etima que 5.400 toneladas de lixo não foram recolhidas nos últimos dias por causa da greve de garis contra a reforma na previdência  Foto: Benoit Tessier/Reuters

Nas ruas, a maioria das pessoas entrevistadas pela AFP no domingo expressou apoio ao movimento da greve.

Os garis “são as primeiras vítimas dessa reforma porque muitas vezes começaram a trabalhar jovens e têm um trabalho mais difícil que outras pessoas, que estão em escritórios”, afirmou Cristophe Mouterde, estudante de 18 anos.

“É terrível, há ratos e ratazanas”, declarou Romain Gaia, um confeiteiro de 36 anos. Ele, no entanto, considera que obrigar os garis a trabalhar mais tempo “é um delírio”.

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Pedestre tira foto da montanha de lixo que se acumula em uma das ruas de Paris, por causa da greve dos garis, que já dura uma semana  Foto: Stefano Rellandini / AFP

“Eles têm toda a razão de fazer greve e dever fazer com que dure ainda mais”, afirma o confeiteiro. “São pessoas que normalmente não têm nenhum poder, mas se deixarem de trabalhar, têm um poder real”, afirmou.

O Senado francês (câmara alta) aprovou no sábado a polêmica reforma, que ainda será votada na Assembleia Nacional (câmara baixa), provavelmente na quinta-feira.

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