Morre James McDivitt, astronauta que preparou a missão da Nasa à Lua

Aos 93 anos, ele morreu enquanto dormia, cercado por familiares e amigos, segundo a agência espacial americana

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Por Redação
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WASHINGTON - Morreu, aos 93 anos, o ex-astronauta da Nasa James McDivitt, que desempenhou um papel crucial na ida do homem à Lua. Ele morreu na quinta-feira passada, 13, enquanto dormia, cercado por sua família e amigos em Tucson, no Arizona. A informação só foi divulgada oficialmente pela agência aeroespacial norte-americana nesta segunda-feira, 17.

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Conhecido por ser um piloto de testes determinado e um líder dedicado, McDivitt comandou as missões Gemini IV e Apollo 9. Ele voou pela primeira vez ao espaço como comandante da missão em junho de 1965. McDivitt foi acompanhado pelo piloto da Força Aérea Ed White no voo mais ambicioso do programa até hoje.

Durante a Gemini IV, planejada e comandada por McDivitt, o seu colega White se tornaria o primeiro americano a se aventurar fora de sua espaçonave - ou como o mundo passou a conhecer como ‘uma caminhada espacial’. Nos anos seguintes, foi uma habilidade que permitiu aos exploradores da Apollo caminhar na Lua e aos astronautas americanos e seus parceiros de todo o mundo construir a Estação Espacial Internacional. A duração de quatro dias da missão quase dobrou o tempo anterior dos astronautas da Nasa no espaço até aquele ponto, com o voo espacial americano mais longo.

Nesta foto, os astronautas da Apollo 9, da esquerda para a direita, James A. McDivitt, David R. Scott e Russell L. Schweickart, posam em frente ao veículo espacial Apollo/Saturn V que lançaria a tripulação da Apollo 8.  Foto: Nasa/Via AP

O segundo voo espacial de McDivitt, como comandante da Apollo 9, desempenhou um papel importante na chegada dos primeiros humanos à Lua. Este foi o primeiro voo do conjunto completo de hardware Apollo e foi o primeiro voo do Módulo Lunar. A missão foi lançada do Centro Espacial Kennedy da Nasa em 3 de março de 1969, com o comandante James McDivitt, o piloto do Módulo de Comando David Scott e o piloto do Módulo Lunar Russell Schweickart. Após o lançamento, a Apollo 9 entrou na órbita terrestre e a tripulação realizou um teste de engenharia do primeiro módulo lunar tripulado, apelidado de “Spider”.

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A equipe assumiu as manobras que seriam realizadas posteriormente durante as missões lunares reais. Os astronautas realizaram uma série de tarefas de voo com o módulo de comando e serviço, e o módulo lunar. A prioridade máxima foi o encontro e a acoplagem do módulo lunar com o módulo de comando e serviço. A tripulação também configurou o módulo lunar para suportar uma caminhada espacial de McDivitt e Schweickart. No dia do voo 10, 13 de março de 1969, a cápsula Apollo 9 retornou à atmosfera da Terra e caiu no Oceano Atlântico.

O astronauta James A. McDivitt posa para uma foto. Ele comandou a missão Apollo 9 testando o primeiro conjunto completo de equipamentos para ir à Lua. Foto: Nasa/Via AP Foto: Nasa/Via AP

Apesar de comandar essas duas missões, consideradas fundamentais para a Apollo XI, em julho de 1969, levar definitivamente humanos à Lua pela primeira vez, McDivitt perdeu a oportunidade de comandar aquela missão. Depois da Apollo 9, ele se tornou gerente de operações de pouso lunar e liderou uma equipe que planejou o programa de exploração lunar e redesenhou a espaçonave para realizar a tarefa. Em agosto de 1969, tornou-se gerente do Programa de Naves Espaciais Apollo, orientando o programa através da Apollo 12, 13, 14, 15 e 16.

Nascido em Chicago, McDivitt cresceu em Kalamazoo, Michigan, e formou-se em engenharia aeronáutica pela Universidade de Michigan. Ele se juntou à Força Aérea aos 22 anos e lutou na Guerra da Coreia. Em 1962, foi selecionado pela Nasa para se tornar um astronauta. Quando foi escolhido para pilotar a missão Gemini IV, ele se tornou o primeiro novato da Nasa a liderar uma missão. Depois de passar um total de 14 dias em órbita e voar mais de 5 mil horas durante sua carreira, ele se aposentou da Nasa e da Força Aérea em 1972 para assumir cargos executivos em empresas privadas. /EFE

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