Mulher de 'El Chapo' é condenada a três anos de prisão nos EUA

Emma Coronel confessou culpa pela distribuição de 100 toneladas de maconha, cocaína, heroína e metanfetaminas

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Por Redação
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Dois anos após o traficante mexicano “El Chapo” começar a cumprir pena de pisão perpétua nos Estados Unidos, sua esposa, que admitiu ter participado de atividades milionárias de contrabando, foi condenada nesta terça-feira, 30, a 36 meses de detenção em uma penitenciária federal. 

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Emma Coronel Aispuro se declarou culpada, em junho, em três acusações no Tribunal Distrital dos EUA em Washington. Seus crimes, segundo ela mesma, incluem a distribuição de 100 toneladas de maconha, cocaína, heroína e metanfetamina.

“Dirijo-me a você hoje para expressar meu verdadeiro pesar e peço que todos os cidadãos deste país me perdoem”, disse Emma ao juiz Rudolph Contreras. “Sinto muito”.

Emma Coronel, mulher de 'El Chapo', deixa tribunal noBrooklyn em 2019; nesta terça ela foi condenada a 3 anos de prisão. Foto: REUTERS/Jeenah Moon/File Photo

O Departamento de Justiça e os advogados de Emma concordaram que as diretrizes de sentença em seu caso exigiam uma pena de prisão na faixa de 51 a 71 meses. Entretanto, um promotor recomendou apenas 48 meses, observando que a mulher de El Chapo era uma pequena “engrenagem de uma grande roda de uma poderosa organização criminosa” e que ela “rapidamente aceitou a responsabilidade” após sua prisão em fevereiro.

Mas o advogado de defesa Jeffrey Lichtman pediu mais clemência, argumentando que Emma se casou com El Chapo em seu aniversário de 18 anos, quando ele tinha 49, e passou sua vida adulta sob seu domínio. “Seu envolvimento era, em muitos aspectos, apenas por ser a esposa de Joaquín Guzmán (El Chapo)”, disse Lichtman, alegando que o papel de Emma na organização deveria ser “julgado pelas lentes de como ela ingressou no crime”.

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Como parte de um acordo judicial, Emma admitiu ter ajudado seu marido, agora com 64 anos, a manter o controle do Cartel de Sinaloa de sua cela em uma prisão mexicana de segurança máxima antes de sua fuga em julho de 2015. Ela entregava mensagens de El Chapo a associados do cartel, permitindo que ele continuasse lucrando com o contrabando mesmo sob custódia.

Jeffery Lichtman, advogado de Emma Coronel,fala com a imprensa durante julgamento da mulher de El Chapo; ela foi condenada a três de anos de prisão. Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

Emma também reconheceu que recebeu US$ 1 milhão em rendimentos da venda de heroína e usou parte do dinheiro como suborno para garantir tratamento favorável para o marido na prisão.

Depois de meses foragido, o robusto chefão — cujo apelido se traduz como “Baixinho” — foi capturado em janeiro de 2016 e extraditado para os Estados Unidos um ano depois. Ele foi condenado por acusações federais de tráfico de drogas em 2019 e condenado à prisão perpétua. Em seus anos no comando do cartel, disseram as autoridades, ele arrecadou cerca de US$ 14 bilhões e foi responsável por inúmeros atos de violência.

“Ele me conquistou com sua bondade e boas maneiras”, disse certa vez a um entrevistador. Ela e El Chapo são pais de duas filhas gêmeas de 11 anos.

No julgamento do contrabandista, sua esposa era uma figura impressionante. Sempre chegava ao tribunal com roupas de grife, salto agulha e óculos de sol grandes, o que lhe rendeu o apelido de "Kardashian de Sinaloa". De seu assento reservado na galeria do tribunal, ela ocasionalmente mandava beijos para o marido./W.POST

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