Mulher saudita é nomeada para importante posto de governo pela primeira vez

Um dia depois de confirmar fim de política que proibia mulheres de dirigir, reino anuncia que Eman Al-Ghamidi foi escolhida vice-prefeita da cidade de Khobar; medida faz parte de plano para aumentar participação feminina no mercado de trabalho

PUBLICIDADE

Atualização:

RIAD - Uma mulher saudita foi nomeada para um importante cargo de governo pela primeira vez, disseram autoridades nesta quarta-feira, 27, apenas um dia depois de o reino anunciar o fim da política que proibia mulheres de dirigirem veículos, à medida que o reino conservador toma medidas para tentar modernizar sua imagem.

A Arábia Saudita, local de nascimento do Islã, era amplamente criticada por ser o único país do mundo que impedia mulheres motoristas, uma tradição vista pelos ativistas de direitos como emblemática da repressão das mulheres por Riad.

Saudita dirige seu carro em Riad; nesta quinta, país divulgou que uma mulher foi nomeada para importante posto de governo pela primeira vez Foto: EFE

PUBLICIDADE

Cerca de 24 horas depois de o rei Salman emitir um decreto encerrando a proibição de condução, o governo anunciou que uma mulher foi nomeada como vice-prefeita de Khobar, cidade de quase 1 milhão de habitantes no Golfo Pérsico.

Eman Al-Ghamidi recebeu o cargo “como parte do plano para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança de acordo com a Visão 2030”, afirmou o Centro de Comunicação Internacional do Ministério da Cultura e Informação em um comunicado.

Publicidade

O governo saudita tem dito que a Visão 2030, um amplo plano de reformas econômicas e sociais, elevará a participação das mulheres no mercado de trabalho dos atuais 22% para 30%.

Nesta quarta-feira, as mulheres sauditas se regozijavam com sua nova liberdade histórica para dirigir, com alguns já conduzindo veículos na vias do país, apesar de, oficialmente, as licenças ssó começarem a ser emitidas em junho de 2018.

Permitir que as mulheres dirijam poderia eventualmente aumentar a pressão para remover outros obstáculos, como um sistema de tutela masculino que exige que as mulheres tenham aprovação de um parente homem para a maioria das decisões em educação, emprego, casamento, planos de viagem e até mesmo tratamento médico. / REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.