Multa, tornozeleira e prisão: O que acontece com a condenação Trump e como fica a eleição?

Condenado em todas as 34 acusações, Trump terá uma série de dificuldades na sua tentativa de voltar à Casa Branca, mas nada o impede de concorrer ou até mesmo ser eleito

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano às eleições deste ano, Donald Trump, enfrentou a reta final de seu primeiro julgamento no banco dos réus, no qual foi condenado em todas as 34 acusações pelo juri nesta quinta-feira, 30. Desde a quarta-feira, 29, 12 jurados discutiam se ele éera culpado de ocultar pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no resultado das eleições de 2016.

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Agora condenado, Trump terá uma série de dificuldades na sua tentativa de voltar à Casa Branca, que vão desde multas, prisão domiciliar ou até mesmo seu encarceramento. Mesmo assim, nada o impede de disputar a presidência ou até mesmo de ser eleito e assumir o cargo.

A decisão também colocou Trump como o ex-presidente americano condenado em um processo criminal e pode ter consequências políticas e jurídicas imprevisíveis. Mesmo com a decisão, a sentença só será conhecida no dia 11 de julho.

Trump deixa tribunal em Manhattan: ele diz ser inocente Foto: Yuki Iwamura/AP

Trump na cadeia?

Para entender o que pode acontecer com Trump, que está com 77 anos, ex-promotores ouvidos pelo The Washington Post consideraram experiências anteriores para projetar as possíveis condenações. Mesmo com a decisão, a prisão parece improvável, segundo os especialistas legais, considerando que o ex-presidente não tem antecedentes criminais e o crime não é violento.

Condenado pelas 34 acusações criminais, que incluem falsificação na autorização de pagamentos de US$ 130 mil (R$ 650 mil) para a atriz pornô Stormy Daniels, Trump pode receber uma pena de 16 meses a 4 anos de prisão. O mais provável, no entanto, dizem os juristas, é que o republicano tenha a pena convertida em multa seguida de liberdade condicional, ou prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

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O prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou antes da decisão que o complexo prisional de Rikers Island, na cidade, e o Departamento de Serviço Penal estariam preparados para receber o ex-presidente.

O futuro da campanha

Os especialistas apontam que é também preciso analisar como será o posicionamento do Serviço Secreto. A agência pode proteger Donald Trump no sistema carcerário, caso ele seja enviado à prisão.

Quando o assunto é o futuro político de Trump, juristas dizem que o ex-presidente ainda pode receber permissão judicial para viajar para eventos de campanha eleitoral. Além disso, ele pode ter a pena convertida em prisão domiciliar, por conta do status de ex-presidente e candidato.

Os advogados do ex-presidente têm, agora, 30 dias para registrar o recurso de apelação e até seis meses para registrar a apelação completa. É possível que o Tribunal concorde em suspender a sentença de Trump enquanto aguarda um recurso.

O processo, no entanto, ainda estaria em andamento durante as eleições presidenciais de 5 de novembro. Para os ex-promotores, esse cenário parece plausível.

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O dia no tribunal

Na quinta-feira, os 12 jurados que decidiram o destino de Trump passaram boa parte da manhã revendo os depoimentos e algumas das instruções dadas pelo juiz no dia anterior.

Os promotores dizem que Trump falsificou os registros para ocultar seu reembolso a seu advogado, Michael Cohen, com o intuito de influir no resultado da eleição.

A sessão de quinta-feira começou com o juiz do caso, Juan Merchan, repetindo algumas das instruções que ele deu ao júri no dia anterior. Os jurados também pediram para ouvir novamente partes do testemunho de Cohen e David Pecker, o ex-editor do The National Enquirer, que os promotores dizem ter feito parte de uma conspiração para suprimir histórias pouco lisonjeiras sobre Trump durante a campanha de 2016.

Um dos procuradores disse nos argumentos finais que Trump tentou “enganar o eleitor americano” com uma conspiração para influenciar a eleição de 2016. “Todos os caminhos levam ao homem que mais se beneficiou: Donald Trump”, disse o promotor Joshua Steinglass ao júri.

Todd Blanche, advogado de Trump, argumentou em seu encerramento que as ações do ex-presidente não eram crimes, Ele disse aos jurados que o caso dependia do testemunho de Cohen, a quem ele chamou de “o maior mentiroso de todos os tempos”.

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No final da tarde, os jurados informaram ter chegado a uma decisão sobre o caso e anunciaram, em conjunto e separadamente, que Donald Trump foi considerado culpado em todas as 34 acusações enfrentadas no julgamento.

Como funciona o júri?

Foram 12 os jurados que decidiram o futuro do ex-presidente americano, que tinham a missão de chegar a um consenso, seja pela culpa ou inocência. Os escolhidos, que não foram identificados, acompanharam depoimentos de testemunhas, as declarações iniciais e finais do julgamento, bem como as instruções do juiz Juan Merchan.

As deliberações aconteceram a portas fechadas, e Trump permaneceu no tribunal durante as falas do júri. O primeiro selecionado para iniciar o debate é o chefe do júri, que também deve ser o responsável por guiar as discussões com os outros 11 jurados. No entanto, a opinião dele possui o mesmo grau de importância que a dos demais.

Durante as argumentações, os jurados, que têm acesso às provas do julgamento, puderam enviar notas assinadas pelo porta-voz do júri para solicitar a leitura do depoimento de testemunhas ou até para fazer perguntas ao tribunal. Se, por qualquer razão, algum participante não pudesse seguir com as deliberações, um suplente, que também acompanhou o caso durante as últimas semanas, poderia intervir./NYT E W.POST

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