Uma crise alimentar global se aproxima a menos que a guerra na Ucrânia seja interrompida. Segundo o oligarca do carvão e fertilizante da Rússia, Andrei Melnichenko, em entrevista à Reuters, nesta segunda-feira, 14, os preços dos fertilizantes estão subindo tão rápido que muitos agricultores não podem mais comprar nutrientes do solo.
“Os eventos na Ucrânia são realmente trágicos. Precisamos urgentemente de paz”, disse Melnichenko, 50, que é russo, mas nasceu na Bielorrússia e tem mãe ucraniana, disse à Reuters em um comunicado enviado por e-mail por seu porta-voz.
“Uma das vítimas desta crise será a agricultura e a alimentação”, disse Melnichenko, que fundou a EuroChem, a maior produtora de nitrato de amônio da Rússia, com sede em Zug, na Suíça, e a SUEK, maior produtora de carvão da Rússia.
Vários dos empresários mais ricos da Rússia pediram publicamente a paz desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão em 24 de fevereiro, incluindo Mikhail Fridman, Pyotr Aven e Oleg Deripaska. consulte Mais informação
Putin alertou na quinta-feira que os preços dos alimentos aumentariam globalmente devido ao aumento dos preços dos fertilizantes se o Ocidente criasse problemas para a exportação de fertilizantes da Rússia - que responde por 13% da produção mundial.
A Rússia é um grande produtor de fertilizantes contendo potássio, fosfato e nitrogênio - os principais nutrientes das culturas e do solo. A EuroChem, que produz nitrogênio, fosfatos e potássio, diz que é uma das cinco maiores empresas de fertilizantes do mundo.
A guerra “já levou ao aumento dos preços dos fertilizantes que não são mais acessíveis aos agricultores”, disse Melnichenko. Ele disse que as cadeias de suprimentos de alimentos já interrompidas pelo covid-19 agora estão ainda mais angustiadas.
“Agora, isso levará a uma inflação de alimentos ainda mais alta na Europa e provavelmente à escassez de alimentos nos países mais pobres do mundo”, disse ele.
O Ministério do Comércio e Indústria da Rússia disse aos produtores de fertilizantes do país para interromper temporariamente as exportações no início deste mês. / Com informações da Reuters
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
