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Netanyahu classifica ataque de Israel a campo de refugiados de Gaza como ‘acidente trágico’

Primeiro-ministro de Israel afirmou que a ofensiva em Rafah será investigada e disse não estar atrapalhando as negociações por reféns

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Por Redação
Atualização:

TEL-AVIV - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou, nesta segunda-feira (27), que a ofensiva aérea de ontem, que matou 45 pessoas na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, foi um “acidente trágico”. A fala do primeiro-ministro ocorre em um momento particular, em que Israel tem sofrido um aumento de críticas internacionais pela gestão do conflito com o grupo terrorista Hamas.

Primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, discursa antes de sessão conjunta no Congresso.  Foto: Bill O'Leary/Arquivo The Washington Post

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Segundo autoridades do Hamas, o ataque incendiou um acampamento que abrigava palestinos. Imagens feitas por drone, revisadas pelo jornal The New York Times, mostram que as munições atingiram uma área com cabanas e carros estacionados. A ofensiva, que matou mulheres e crianças, é considerado como uma das mais violentas desde o início da guerra, em outubro de 2023.

Israel afirma que o alvo de Rafah era legítimo, pois haveria um complexo do Hamas no local. O governo israelense lamentou as vidas perdidas e disse que o caso será investigado. Dois oficiais israelenses afirmam que o ataque buscava atingir Yassin Rabia, comandante da liderança do Hamas na Cisjordânia, e Khaled Nagar, oficial sênior.

“Apesar de nossos esforços máximos para não prejudicar civis inocentes, na noite passada, houve um trágico erro. Estamos investigando o incidente e obteremos uma conclusão porque esta é a nossa política”, disse Netanyahu em um discurso ao Parlamento de Israel.

O líder israelense também pediu que os civis não-envolvidos no conflito se retirem da região, para que as mortes inocentes sejam minimizadas, e voltou a acusar o Hamas de se esconder em meio à população: “Para nós, cada civil não-envolvido que é ferido é uma tragédia. Para o Hamas, é uma estratégia. Essa é toda a diferença.”

O Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, disse que o número de mortes em Gaza desde o início da guerra passou de 36 mil. O relatório não distingue combatentes e civis não-combatentes.

A retratação de Binyamin Netanyahu acontece apenas três dias depois da Corte Internacional de Justiça ordenar que Israel parasse com a ofensiva na cidade. O líder israelense aproveitou o discurso para dizer que a operação não está atrapalhando a negociação para a libertação de reféns, feita por diplomatas que também negociam para um acordo de cessar-fogo.

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Críticas internacionais

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nas redes sociais que estava “indignado” com o ataque aéreo na cidade em Gaza. “As ofensivas devem parar. Não existem áreas seguras em Rafah para os civis palestinos”, escreveu no X.

Robert Habeck, vice-chanceler da Alemanha, aliada de Israel, disse que a ofensiva era “incompatível com o direito internacional.”

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