Netanyahu diz que acordo de cessar-fogo com Hezbollah pode começar na quarta

Em pronunciamento televisivo, Netanyahu disse que estava apresentando um ‘esboço para um cessar-fogo’ com o Hezbollah ao seu gabinete na noite desta terça-feira

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Por Redação
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta nesta terça-feira, 26, que um acordo de cessar-fogo com a milícia xiita radical libanesa Hezbollah poderia começar já na quarta-feira, 27.

Em pronunciamento televisivo, Netanyahu disse que estava apresentando um “esboço para um cessar-fogo” com o Hezbollah ao seu gabinete na noite desta terça-feira, aumentando a esperança de que os combates no Líbano possam ser suspensos em breve, após mais de um ano de conflito.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, discursa no Parlamento israelense, em Jerusalém  Foto: Ohad Zwigenberg/AP

“A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano”, disse o primeiro-ministro. “Com a plena compreensão dos Estados Unidos, estamos preservando a liberdade de ação militar – se o Hezbollah quebrar o acordo e tentar se armas, atacaremos.”

Cessar-fogo

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Os ministros israelenses já iniciaram a reunião para a discussão da proposta, segundo informações do jornal americano The New York Times.

O documento do cessar-fogo foi costurado por diplomatas dos Estados Unidos e da França. A trégua teria 60 dias e as Forças de Defesa de Israel sairiam do sul do Líbano. Já o Hezbollah recuaria para o norte do rio Lítani, permitindo que o Exército do Líbano, que não faz parte do Hezbollah, ocupe a região.

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Bombardeios israelenses atingem a região do Dahieh, subúrbio de Beirute  Foto: Diego Ibarra Sanchez/NYT

Durante o pronunciamento, o primeiro-ministro afirmou que o cessar-fogo era importante para Israel porque permitiria que Tel-Aviv concentrasse seus esforços em combater o Irã, além de reconstruir o arsenal militar e isolar o grupo terrorista Hamas.

Netanyahu disse que, caso o Hezbollah viole o tratado, Israel iria responder “vigorosamente a qualquer violação". O primeiro-ministro não deu qualquer detalhe sobre o cessar-fogo em seu pronunciamento.

O primeiro-ministro quer que o acordo aconteça, mas alguns ministros de extrema direita estão mais receosos. O líder do Hezbollah, Naim Qassem, também havia sinalizado na semana passada que gostaria de um acordo de cessar-fogo.

O acordo seria oficialmente entre Israel, Líbano e os países mediadores, incluindo os Estados Unidos. Um importante legislador libanês tem atuado como ponte com o Hezbollah, que o governo do país não controla.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve realizar um pronunciamento sobre o acordo as 16h30 (horário de Brasília).

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Escalada

Mesmo com um possível anúncio de cessar-fogo, Israel atacou 180 posições do Hezbollah no sul do Líbano e também na capital Beirute. O Exército de Israel também ordenou a saída de civis libaneses da cidade de Naqoura, no sul do Líbano.

O Hezbollah passou a disparar foguetes contra o norte de Israel a partir de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram 250. A milícia radical xiita libanesa indiciou que os ataques ocorreram em solidariedade ao Hamas.

Israel respondeu com bombardeios a posições do grupo no Líbano e com uma invasão terrestre do sul do país, que deslocou milhares de pessoas dos dois lados da fronteira./com NYT

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