TEL-AVIV - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou nesta quarta-feira, 7, a proposta do grupo terrorista Hamas de uma trégua nos conflitos na Faixa de Gaza.
Em uma coletiva de imprensa, o político israelense voltou a afirmar que o objetivo do Exército de Israel é a destruição do grupo terrorista Hamas e que não existe outra alternativa para o país. “O dia seguinte a guerra é o dia depois do Hamas”, insistiu Netanayhu, que desde o início da guerra viu sua aprovação desabar e enfrenta protestos pela libertação dos reféns.
Esta foi a primeira vez que Netanyahu comentou sobre pela a proposta do grupo terrorista Hamas para a libertação dos reféns. “A rendição às exigências delirantes do Hamas, que acabámos de ouvir, não traria a liberdade dos reféns e seria um convite a um desastre para Israel que nenhum cidadão israelense deseja”, disse ele, segundo a Reuters.
O grupo terrorista Hamas respondeu na terça-feira, 6, a proposta de cessar-fogo que foi formulada por Catar, Egito, Estados Unidos e Israel na semana passada com uma contraproposta que propõe uma trégua na Faixa de Gaza por quatro meses e meio. Durante este período, todos os reféns israelenses seriam libertados, as forças de Tel-Aviv sairiam do enclave palestino e um acordo seria costurado entre Israel e o grupo terrorista para o encerramento da guerra.
Visita americana
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está em Israel e discutiu a proposta com Netanyahu. Este é o terceiro dia da viagem de Blinken pelo Oriente Médio, que antes passou por Egito, Catar e Arábia Saudita. Blinken também se reuniu com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramalah, na Cisjordânia.
A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas começou no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas, além de terem sequestrado 240. Este foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto. Em resposta, as FDI iniciaram uma ofensiva na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e invasão terrestre. Segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, mais de 27 mil palestinos morreram desde o início da guerra.
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A proposta do Hamas
A trégua proposta pelo Hamas teria 3 fases de 45 dias cada. Os reféns israelenses que ainda estão em Gaza seriam envolvidos em uma troca por prisioneiros palestinos que estão detidos em Israel. O Hamas ainda exige a reconstrução da Faixa de Gaza e a retirada das forças israelenses do enclave palestino.
Segundo uma reportagem do The New York Times, pelo menos 30 dos 136 reféns que continuam em Gaza morreram desde o início da guerra. O Hamas também possui os corpos de dois soldados israelenses que morreram em 2014, durante uma ofensiva israelense no enclave palestino. A proposta do Hamas também prevê a devolução dos restos mortais dos israelenses mortos em Gaza.
Uma fonte próxima das negociações apontou a Reuters que a proposta do Hamas não tinha uma garantia de um cessar-fogo permanente e as duas partes teriam que negociar as condições deste cessar-fogo durante a trégua e antes da libertação de todos os reféns israelenses.
Em novembro, o grupo terrorista Hamas e Israel concordaram com uma trégua de uma semana que resultou na libertação de mais de 100 reféns israelenses e centenas de prisioneiros palestinos que estavam detidos em Israel.
Ofensiva israelense em Rafah
Netanyahu também apontou que depois de Khan Younis, as tropas israelenses devem focar as operações na cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito. Quase 1 milhão de civis palestinos foram obrigados a saírem de suas casas no norte e no centro do enclave palestino e estão em Rafah.
“Continuaremos até o fim”, disse ele. “Não há outra solução além da vitória absoluta.”
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