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Nicarágua prende o terceiro opositor de Daniel Ortega em dez dias

Além de Félix Maradiaga, Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente Violeta Chamorro foi detida e segue em prisão domiciliar; o diplomata Arturo Cruz também foi preso recentemente

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Por Redação
Atualização:

MANÁGUA - A polícia da Nicarágua prendeu nesta terça-feira, 8, Félix Maradiaga, um dos possíveis rivais do presidente Daniel Ortega nas eleições de novembro. É o terceiro pré-candidato detido sob acusações de corrupção e terrorismo nos últimos 10 dias. 

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Na semana passada, Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente Violeta Chamorro foi detida e segue em prisão domiciliar. O diplomata Arturo Cruz também foi detido recentemente, em um movimento que indica um aumento da repressão política no país centro-americano, governado há 15 anos pelo ex-guerrilheiro sandinista.A prisão ocorre ainda durante a visita da vice-presidente americana, Kamala Harris, à Guatemala e ao México. 

Em um indicativo de que mais detenções podem estar no horizonte, a Justiça convocou um quarto pré-candidato, Juan Sebastián Chamorro, primo de Cristiana, para interrogatório. Nos casos anteriores, a mesma medida foi tomada antes das prisões dos rivais de Ortega. 

Nicarágua vive crise sociopolítica que deixou centenas de mortos Foto: Oswaldo Rivas/Reuters

O governo americano há anos impõe sanções à Nicarágua, especialmente contra os aliados mais próximos de Ortega, entre os quais sua mulher, Rosario Murillo. Washington acusa os sandinistas de desmantelar as instituições democráticas no país, mas essa política tem tido poucos resultados práticos. 

“A prisão do terceiro opositor em dez dias não deixa dúvidas de que Ortega é um ditador”, disse a chefe do Departamento de Estado para as Américas, Julie Chung. “A comunidade internacional não tem outra opção que não tratá-lo como tal.”

Segundo a polícia da Nicarágua, Maradiaga está sendo investigado por terrorismo,violar a soberania do país e incitar a interferência estrangeira em assuntos internos. 

As acusações contra o pré-candidato estão circunscritas dentro de uma lei aprovada no ano passado que prevê punição a quem se alie a entidades estrangeiras para conspirar contra o governo. / AFP e WASHINGTON POST

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