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No Havaí, mil pessoas estão desaparecidas após incêndio; governador diz ‘não saber’ se estão vivas

De acordo com o governador do Havai, Josh Green, o incêndio deve ser o maior desastre natural da história do Estado

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Por Redação
Atualização:

Pelo menos mil pessoas seguem desaparecidas depois do incêndio florestal do Havaí, cujo número oficial de mortos subiu ontem de 53 para 55, segundo o governador do Estado, Josh Green. O governador ressaltou que não é possível saber se as pessoas desaparecidas estão vivas por conta da dificuldade de comunicação no Estado, pela falta de energia, internet e rádio.

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“Em 1960, tivemos 61 vítimas fatais quando uma grande onda atravessou a Ilha Grande. Desta vez, é muito provável que o nosso total supere significativamente esse número”, apontou Green em uma coletiva de imprensa.

O balanço de mortos pelo incêndio florestal que devastou o Estado do Havaí subiu para 55 e milhares de pessoas ficaram desabrigadas, em uma das piores catástrofes já enfrentadas pelo arquipélago americano, segundo informaram autoridades.

Especialistas dizem que os incêndios provavelmente transformarão a paisagem de maneiras indesejadas, acelerarão a erosão, enviarão sedimentos para os cursos de água e degradarão o coral que é extremamente importante para as ilhas do Havaí  Foto: Rick Bowmer / AP

Os incêndios consumiram mais de 800 hectares de terra em duas ilhas e forçaram a evacuação de milhares de pessoas, algumas das quais tiveram que se lançar na água para se proteger das chamas.

Green, afirmou na quinta-feira, 10, que milhares de pessoas perderam suas casas e que as autoridades trabalhavam para abrigá-las. “O que vimos hoje é catastrófico (...) é provavelmente o maior desastre natural da história do estado do Havaí”, declarou.

Um homem passa por casas incendiadas em Lahaina, Havai, um dos locais mais afetados pelo incêndio  Foto: Tiffany Kidder Win / AP

Incêndios

Os incêndios começaram na madrugada de terça-feira e a rápida propagação colocou em risco casas, empresas e serviços públicos, assim como mais de 35.000 pessoas na ilha de Maui, de acordo com a Agência de Gerenciamento de Emergências do Havaí.

O fogo devastou 80% da cidade de Lahaina, na costa oeste de Maui. “Grande parte de Lahaina em Maui foi destruída e centenas de famílias locais foram deslocadas”, alertou Green.

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Imagens divulgadas nas redes sociais mostram as chamas consumindo esta cidade turística, densas colunas de fumaça tingindo o céu de preto e vários barcos atracados também em chamas.

A cidade de Lahaina, no Havaí, foi fortemente atingida por um incendio florestal que já tem 55 mortos confirmados  Foto: Tiffany Kidder Winn/ AP

Pelo menos 100 moradores da região pularam na água para escapar do fogo, disse à CNN a comandante da Guarda Costeira Aja Kirksey, que destacou que cerca de 50 pessoas precisaram ser resgatadas do mar.

Corpos na água

“Ainda temos cadáveres boiando na água”, relatou Kekoa Lansford, outra moradora, à CBS. “Estamos tirando as pessoas. Estamos tentando salvar suas vidas, mas sinto que não estamos recebendo a ajuda necessária”.

Militares americanos enviaram três helicópteros para ajudar no combate aos incêndios, informou o Comando Indo-Pacífico em um comunicado.

Na quarta-feira, 9, os helicópteros militares que auxiliam os bombeiros usaram 570.000 litros d’água para controlar as chamas no condado de Mauí.

Barco incendiado é visto nas aguas em Lahaina, uma das cidades mais afetadas pelo incêndio florestal do Estado do Havaí  Foto: Rick Bowner / AP

“O objetivo principal é salvar vidas, evitar o sofrimento das pessoas e frear as vultosas perdas materiais”, declarou Hara.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden declarou estado de catástrofe natural no Havaí, o que permitirá colocar “recursos federais à disposição dos afetados no condado de Mauí”, explicou a Casa Branca em um comunicado.

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A rede hospitalar da ilha está “saturada” com pacientes com queimaduras e pessoas que inalaram fumaça, informou a vice-governadora do Havaí, Sylvia Luke, que descreveu a situação como “dramática”.

Luke informou que os incêndios foram causados pelas condições secas e pelos ventos fortes do furacão Dora, que está no sul do arquipélago americano, mas não se espera que toque o solo.

Pessoas se reúnem no aeroporto de Kahului enquanto aguardam voos na quarta-feira, 9 de agosto de 2023 Foto: Rick Bowmer / AP

As autoridades do condado pediram a todos os visitantes que deixem a ilha “o quanto antes” e organizaram ônibus para levar os turistas ao aeroporto de Kahului, segundo nota publicada no Facebook.

No aeroporto, muitos turistas estão esperando, pois seus voos foram cancelados ou atrasaram. Jornalistas da AFP viram muitas pessoas dormindo no chão.

Em todo o mundo, milhões de pessoas têm sofrido com os efeitos de eventos meteorológicos extremos nas últimas semanas. Segundo os cientistas, estes fenômenos têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas./AFP

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