Norte-coreanos no Canadá estão duplamente irritados com Trump
Refugiados da Coreia do Norte no Canadá se irritam com comportamento do presidente dos EUA com líder norte-coreano e com ofensas ao premiê canadense Justin Trudeau
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Por Redação
Em uma semana intensa para a geopolítica internacional, um grupo específico se irritou com a posição do presidente dos Estados Unidos Donald Trump frente ao líder norte-coreano Kim Jong-un e ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
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O jornal The Guardian conversou com uma pequena comunidade de norte-coreanos que vivem no Canadá. Eles demonstram indignação com os elogios de Trump a Kim, enquanto horas antes da cúpula em Cingapura, o americano atacou Trudeau após a reunião do G-7, chamando o anfitrião do evento de "desonesto" e "fraco". Trump desistiu de um acordo firmado horas antes pelo G-7 ao ver, durante a viagem para a Coreia do Norte, críticas do líder canadense a ele.
Um casal de norte-coreano que vivem em Toronto, Julie e David - que pediram o uso de pseudônimos com medo da retaliação de autoridades norte-coreanas - escapou da Coreia do Norte em 2005, e disse que o país é "comparável ao inferno". Julie se mostrou indignada quanto ao comportamento de Trump. "Foi insuportável assisti-lo atacar o primeiro-ministro Trudeau, para, 24 horas depois, ir à Cingapura louvar um ditador que é um assassino", disparou.
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Segundo a ONU, em 2013 existiam de 80 mil a 120 mil presos políticos nas prisões norte-coreanas e os crimes do regime incluem assassinato, violência sexual, tortura e perseguição por motivos políticos, religiosos, raciais e de gênero. "Eles não abordaram o que estava acontecendo com as pessoas na Coreia do Norte - tudo o que ele (Trump) fez foi louvar Kim Jong-un", diz Julie.
Uma advogada canadense, Jacqueline An, compartilha do mesmo sentimento. Ela já representou vários exilados - no ano passado, ela ajudou a ganhar a liberação do caso de Hyeon Soo Lim, um pastor canadense que recebeu uma sentença de prisão perpétua com trabalhos forçados por supostamente "se intrometer" nos assuntos do Estado norte-coreano.
Jacqueline descreve as ações de Trump como "uma completa zombaria da democracia e celebração e admiração de uma ditadura", e concorda que o presidente americano deve pedir perdão a Trudeau. "Ele quer entrar em uma guerra comercial com o Canadá para logo em seguida encontrar esse ditador", afirma.
O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
1 / 31O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
Coreia do Norte
Donald Trump se reúne com Kim Jong-un em Cingapura. Foto: AFP Photo/Saul Loeb
O encontro entre Kim e Trump
No começo do encontro, líderes apareceram em varanda do Capella Hotel para fotos. Foto: AP Photo/Evan Vucci
O encontro entre Kim e Trump
O início do encontro entre Trump e Kim em Cingapura. Eles devem falar sobre o resultado da reunião em coletiva de imprensa prevista para as 5h desta t... Foto: AP Photo/Evan VucciMais
O encontro entre Trump e Kim
Em estação de trem em Seul, na Coreia do Sul, moradores comemoram o aperto de mãos entre os líderes dos EUA e Coreia do Norte. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
O encontro entre Kim e Trump
O clima entre os líderes foi amistoso, com sorrisos e apertos de mãos, no começo do encontro no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Coreanos que vivem em Cingapura assistem ao encontro transmitido pela TV local. Foto: REUTERS/Tyrone Siu
O encontro entre Trump e Kim
Depois de aperto de mãos, Kim e Trump posaram brevemente para fotos antes de reunião a portas fechadas no Capella Hotel, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Sul-coreano mostra cartaz de apoio ao encontro entre Kim e Trump próximo ao Capella Hotel, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Kim e Trump
Imprensa foi autorizada a registrar imagens dos primeiros minutos da reunião entre Kim e Trump. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Kim e Trump
Repórteres, fotógrafose cinegrafistas se aglomeram do lado de fora do Capella Hotel, isolados por forte esquema de segurança. Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
O encontro entre Kim e Trump
Antes de reunião, líderes da Coreia do Norte e dos EUA posaram para imagens no Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Público sul-coreano para em estação de trens de Seul para assistir à transmissão do encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.
Após aperto de mãos oficial, Kim Jong-un e Donald Trump se encaminharam para encontro a portas fechadas. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas norte-coreanos filmam a escolta do líder Kim Jong-un no trajeto entre o hotel onde está hospedado até o local do evento onde deve encontra... Foto: AP Photo/Yong Teck LimMais
Coreia do Norte
Sul-coreanos acompanham encontro entre Trump e Kim Jong-un em TV de estação de trem em Seul Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas de todo o mundo na cobertura do encontro histórico entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Trump e Kim
Kim e Trump se encaminham para reunião a portas fechadas no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
Coreia do Norte
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Trump e Kim Jong-un
Em Washington, nos EUA, ativistas fazem vigília em frente à Casa Branca para celebrar o encontro entre Trump e Kim Jong-un em Cingapura. Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
O encontro de Trump e Kim Jong-un
O palco onde são aguardados os líderes dos EUA e da Coreia do Norte no Capella Hotel, na Ilha de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Policiais em comboio para escolta de Kim Jong-un até o Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
O encontro entre Trump e Kim
O líder norte-coreano Kim Jong-un, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan, na chegada à ilha-resort de Se... Foto: KCNA via REUTERSMais
O encontro entre Trump e Kim
O presidente Donald Trump encontra o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, na sede do governo do país. Foto: Doug Mills/The New York Times
Fazendo história
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura. Foto: Jonathan Ernst/Reuters
O encontro entre Trump e Kim
O comboio policial que acompanhou o carro onde o presidente norte-americano, Donald Trump, foi levado até o local do encontro com Kim Jong-un na ilha-... Foto: AP Photo/Wong Maye-EMais
O encontro entre Trump e Kim
Após almoçarem juntos,os líderes passearam pelohotel Capellae depois se separaram para se reunir com suas respectivas delegações e avaliar os progress... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Por volta das 2:30h, no horário de Brasília, os líderes se reuniram para assinar umacordo que, segundo eles, representauma “cooperação entre os dois p... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Um funcionário norte-coreano limpa e guarda a caneta usada por Kim para assinar o acordo. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpu... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após mais de quatro horas com o presidente norte-americano, Kim Jong-un deixa o hotel Capella em seu carro oficial. O presidente Trump ainda aguarda n... Foto: REUTERS/Athit PerawongmethaMais
Rocky Kim, 38, fugiu da Coreia do Norte em 2003 e se mudou para o Canadá, onde administra uma empresa de ventilação e aquecimento em Toronto. No país oriental, Kim trabalhou em campos de trabalho e viu pessoas morrendo de fome. "Não é um país normal", ele insistiu. "É uma dinastia, com pessoas vivendo na escravidão".
Ele também não acredita que Kim Jong-un vai aderir à desnuclearização. "Para os líderes norte-coreanos, é muito importante ter armas nucleares para se proteger", explica. "Eu não acho que Jong-un vai desistir delas. Nunca. Trump está caindo em uma armadilha."
Os números de reivindicação de refugiados que saem da Coreia do Norte ao Canadá variaram nos últimos anos. De acordo com um documento redigido pelo Senado canadense sobre direitos humanos e desertores norte-coreanos, houve 720 pedidos em 2012. Os números caíram para 150 pedidos em 2013; menos de cinco em 2014; e nenhum em 2015. O governo do Canadá foi criticado por seu tratamento aos norte-coreanos, depois de uma reportagem do jornal canadense Global News mostrar que 150 desertores receberem cartas, em 2017, alegando uma possível deportação.