LONDRES - O novo primeiro-ministro do Reino Unido, que sucederá Boris Johnson como chefe-de-governo e líder do Partido Conservador, sairá de uma disputa entre velhos conhecidos do gabinete do premiê que se despede do cargo. Após a última rodada eliminatória do pleito interno organizado pela legenda nesta quarta-feira, 20, o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak e a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, classificaram-se para a votação final.
Na última rodada antes da eleição final, Sunak manteve o favoritismo e obteve os votos de 137 parlamentares conservadores, enquanto Truss conquistou 113 votos. A secretária de Estado do Comércio Exterior, Penny Mordaunt, que também participava da disputa, foi eliminada ao conseguir o apoio de apenas 105 parlamentares.
Com a definição dos dois candidatos, o processo eleitoral do Partido Conservador conclui sua primeira etapa, mais restrita, iniciada logo após a renúncia de Boris Johnson, no começo do mês. Agora, os nomes de ambos serão apresentados aos cerca de 180 mil integrantes do partido, que escolherão a próxima liderança. O vencedor deve ser apresentado no dia 5 de setembro.
Apesar de ter vencido as quatro rodadas eliminatórias, nas quais votaram apenas parlamentares do partido, a vitória de Sunak não está encaminhada. Pesquisas recentes o apontam como uma figura menos popular do que Truss entre as bases do partido, em parte por seu trabalho mais técnico envolvendo temas financeiros.
Truss, por outro lado, tem fácil infiltração entre setores do partido - principalmente aqueles mais à direita - após adorar uma linha dura contra o presidente russo Vladimir Putin – e com a União Europeia. Ela também conta com a simpatia de aliados de Johnson, acusados de fazer lobby contra Sunak.
Ao fim do processo, o Reino Unido terá seu primeiro chefe de governo de origem asiática - os avós de Sunak eram imigrantes indianos - ou a terceira primeira-ministra da história do país./ AFP e AP
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