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Como funciona um ataque de pânico e o que fazer se você tiver um

Especialistas explicam o que acontece no corpo humano quando estamos tendo um ataque de pânico e dão dicas de como passar por deles

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Por Dani Blum

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Os ataques de pânico giram em torno do terror. Embora associados principalmente à mente, eles são, na verdade, constelações de sintomas, tanto físicos quanto cognitivos. Seu cérebro é tomado pelo medo; seu corpo responde e pode ser difícil entender tudo isso.

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A maioria dos especialistas define um ataque de pânico como um início súbito de medo intenso, em oposição a uma condição como a ansiedade geral, que normalmente se manifesta como uma preocupação quase constante.

Pessoas com ataques de pânico são bombardeadas por sintomas físicos e mentais, que podem variar. Seus corações podem disparar. Elas podem sentir que não conseguem respirar. Seus membros podem formigar. Às vezes elas tremem. Elas podem ficar com náusea.

Embora muitas pessoas associem, principalmente, ataques de pânico à mente, existe uma constelação de sintomas tanto físicos quanto mentais.  Foto: Daniel Liévano/The New York Times

O peito pode ficar apertado. Algumas pessoas podem de repente sentir calor e suar, outras sentem calafrios.

E depois há o medo agitado e desestabilizador. No meio de um ataque de pânico, as pessoas podem temer que estejam ficando loucas, perdendo o controle de suas mentes e corpos. Elas podem pensar que é um ataque cardíaco ou até mesmo que vão morrer.

A maioria das pessoas que tem ataques de pânico regularmente não sente todos esses sintomas, mas pode ter muitos deles. Um pequeno subconjunto de pessoas, no entanto, tem ataques de pânico com sintomas limitados, nos quais se somam três ou menos.

E, quase tão repentinamente quanto os ataques de pânico surgem, eles geralmente se dissipam. Os sintomas aumentam ao longo de 10 minutos e geralmente desaparecem em meia hora, embora possa haver efeitos prolongados.

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A experiência pode ser traumática, no entanto, e as pessoas podem começar a temer sensações que as lembrem de seus sintomas, como sentir falta de ar depois de subir um lance de escadas. Elas também podem evitar qualquer coisa que as lembre do episódio - a mercearia onde seu coração bateu forte, a comida que estavam comendo quando o pânico chegou.

Algumas pessoas podem desenvolver transtorno do pânico, que os psicólogos definem como ataques de pânico repetidos e inesperados que interferem nas funções diárias. Enquanto 15% a 30% das pessoas terão pelo menos um ataque de pânico na vida, apenas 2% a 4% desenvolverão transtorno do pânico, disse o Dr. Franklin Schneier, codiretor da Clínica de Distúrbios de Ansiedade do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York. Um subconjunto dessas pessoas - cerca de 1 em cada 3 - também desenvolve agorafobia, um transtorno de ansiedade que pode envolver medo extremo de lugares públicos ou lotados, transporte público, ficar em uma fila ou sair de casa.

As Causas

Um conjunto diversificado de estressores - como eventos traumáticos, preocupações financeiras ou até mesmo falar em público - pode levar a ataques de pânico. Mas eles também podem ocorrer inesperadamente.

O estresse intenso ativa o sistema nervoso simpático, uma rede de nervos que desencadeia a resposta de “luta ou fuga” ao perigo percebido. O corpo libera substâncias químicas como epinefrina, também conhecida como adrenalina, e norepinefrina, que fazem o coração acelerar, as pupilas incharem e a pele liberar suor. O sistema nervoso parassimpático retorna o corpo ao seu estado original. Se ele não for ativado após algum tempo, um ataque de pânico pode deixar uma pessoa nesse estado elevado de excitação.

Muitos pesquisadores acreditam que os ataques de pânico podem ocorrer quando o cérebro não é capaz de enviar mensagens entre o córtex pré-frontal, que está associado à lógica e ao raciocínio, e a amígdala, que governa a regulação emocional. Durante um ataque de pânico, a amígdala fica hiperativa, enquanto o córtex pré-frontal fica menos responsivo, levando-nos a uma espiral.

Qualquer um pode experimentar um ataque de pânico. O risco, no entanto, é maior para adolescentes e pessoas na faixa dos 20 anos. Se você não teve um ataque de pânico aos 45 anos, é menos provável que tenha um episódio mais tarde na vida.

As mulheres têm duas vezes mais chances de ter ataques de pânico do que os homens, mas os pesquisadores não sabem ao certo o motivo.

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Aliviando o momento

Se você nunca teve um ataque de pânico antes e sente dor no peito e falta de ar, deve ir ao pronto-socorro para confirmar se realmente está tendo um ataque de pânico, ao invés de um problema cardíaco. Mas se você já teve ataques de pânico no passado e percebe que está começando a ter outro, essas dicas podem ajudá-lo a se ancorar no momento.

  • Fale consigo mesmo: lembre-se de que você sobreviveu a ataques de pânico.
  • Saiba para quem ligar: um amigo de confiança ou familiar pode ajudar a acalmá-lo. Apenas conversar com alguém pode ajudar a estabilizá-lo.
  • Conte as cores: alguns terapeutas recomendam um exercício simples de aterramento: conte e nomeie as cores ao seu redor. Diga cada uma em voz alta, ou apenas grave-as em sua mente, enquanto registra que o tapete é azul ou sua camisa é vermelha. Fazer isso pode ajudar a distraí-lo da crescente ansiedade.
  • Pegue algo frio: Vá até o congelador e segure um cubo de gelo ou coloque um pano úmido e frio sobre o pulso. O choque do frio pode ajudar a centralizá-lo.
  • Respire como um bebê: a hiperventilação, comum em ataques de pânico, pode deixar as pessoas tontas, então respirar devagar pode ajudar. Isso pode inundar o cérebro com oxigênio e acionar o sistema nervoso parassimpático, sinalizando que não precisamos lutar.

Prevenindo episódios futuros

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Para ataques recorrentes, você pode querer procurar um terapeuta. Formas de terapia cognitivo-comportamental, nas quais um clínico estimula você a desafiar os medos e sensações que você pode experimentar durante um ataque de pânico, podem estar entre os tratamentos mais eficazes. O processo pode ajudar a mudar seus padrões de pensamento, dessensibilizando-o para a angústia subjacente que pode desencadear ataques de pânico.

Alguns medicamentos, incluindo antidepressivos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina, ou ISRSs, também podem ser úteis para controlar ataques de pânico.

Por mais desconcertantes que possam ser os ataques de pânico, é importante lembrar que eles são altamente tratáveis e que, tão repentinamente quanto podem surgir, eles começam a desaparecer. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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