ENVIADO ESPECIAL A TAIPÉ - Um visitante distraído quase não percebe ao entrar. Não há nenhum grande pórtico identificando aquela área urbana, com grandes galpões, avenidas arborizadas, intenso congestionamento e um conjunto de edifícios envidraçados corporativos. Poderia ser um bairro empresarial qualquer no subúrbio de uma grande metrópole, mas estamos no epicentro da guerra tecnológica global: o Parque Científico de Hsinchu, a uma hora de carro (75 quilômetros) ao sul de Taipé.
Fundado em 1980 onde antes havia campos de plantação de arroz e cultivos de chá, o “parque” de 1.467 hectares - que bem poderia ser uma cidade - é local de trabalho de 177.655 pessoas e abriga 630 empresas (mais de 80 estrangeiras, nenhuma brasileira), entre elas a “joia” do setor de circuitos integrados, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC). A líder global em fabricação tem oito unidades no parque de Hsinchu, que mais se parecem fortalezas geométricas, em tons de cinza, prateado e vermelho.
A “guerra dos chips” é um dos capítulos da competição estratégica, por liderança econômica e influência global, entre Estados Unidos e China. As duas maiores potências do planeta disputam a ponta tecnológica e o controle de cadeias de suprimento do setor. Por isso, tentam impor medidas para dificultar o desenvolvimento um do outro, por meio da proibição de comercialização.
Ambas querem assegurar certa autonomia na obtenção de chips de última geração, essenciais para diversas indústrias e o funcionamento de aplicações, civis e militares, de celulares e veículos autônomos a mísseis intercontinentais, e para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA).
Parceiro de Washington, Taiwan é o maior polo mundial de fabricação dos chips avançados. Em 2021, um estudo da Semiconductor Industry Association (SIA) mostrou que a ilha concentrava 92% da produção dos circuitos integrados menores que 10 nanômetros (nm), seguida pela Coreia do Sul (8%). O risco de que Taiwan possa cair no controle da China, por força de uma invasão militar, amedronta não só a ilha como os EUA e potências ocidentais, por seu papel para a economia, segurança e infraestrutura crítica. Os EUA, líder em vendas global com metade da receita, alega perigo no uso de semicondutores para IA e suas aplicações militares.
Localizado no noroeste da ilha, Hsinchu foi o primeiro dos três grandes parques científicos espalhados por Taiwan - os outros são o Parque Científico Central e o Parque Científico Sul. Cada um têm uma administração própria que centraliza a gestão. Ao todo, eles abrigam dezesseis parques empresariais, três em construção. A receita deles, em 2023, chegou a US$ 125 bilhões.
Não caiu nem durante a pandemia da covid-19, por causa da maior demanda por dispositivos, quando a produção industrial de todo o mundo foi afetada - inclusive com paralisações nas plantas em Taiwan.
O governo adotou medidas restritivas rapidamente, quarentena e fechando de fronteiras, ao saber do surto em Wuhan, no continente, mas viu o pico de casos nos segundo ano da pandemia, e enfrentou dificuldades em conseguir vacinas.
Os efeitos da pandemia da covid-19 anteciparam, de certa forma, o impacto nas cadeias de produção - até no Brasil a indústria automobilística parou ou simplificou funcionalidades nos carros por escassez de chips.
Atualmente, são 326.148 empregados e 1.158 empresas aprovadas, em cadeias como circuitos integrados (257), optoeletrônica (181), computadores e periféricos (94), telecomunicações (64), máquinas de precisão (217), biotecnologia (288) e outras (57).
Em Hsinchu, o volume de negócios é focado nos processos de circuitos integrados: 69% vêm do design, fabricação, embalagem e testes, e 13% de computadores e periféricos. A receita de 2023 no parque foi de US$ 45 bilhões.
Projeto, fabricação e montagem
O parque Hsinchu forma um cluster completo da indústria de semicondutores, concentrando etapas dos processos e atraindo empresas vindas dos EUA, como a Qualcomm, do Japão, como a Hoya, e da Europa. Máquinas e insumos químicos vêm de fora. A líder no fornecimento de equipamentos para o processo de fotolitografia nas bolachas de silício é a holandesa ASML.
Analistas taiwaneses costumam comparar a complexidade da cadeia de produção a uma equipe corrida de Fórmula 1: o piloto é taiwanês, a TSMC, mas o carro vem da Holanda, e os componentes, do Japão.
O negócio começou a deslanchar com foco nos semicondutores e a expansão dos parques para a porção do centro e sul da ilha. A indústria se desenvolveu em Hsinchu a partir da década de 1990, com empresas criadas desde o fim dos anos 1980. Entre elas, com fundos do governo, a TSMC, fornecedora e parceira de gigantes como a Apple e a Nvidia (focada inicialmente em videogames e computadores, a empresa lidera o mercado de processadores gráficos para inteligência artificial); a MediaTek, voltada principalmente aos processadores de smartphones e inteligência artificial; e a Realtek, que tem destaque em componentes de computadores. A marca Asus, célebre por periféricos, desktops, notebooks e celulares, nasceu no parque, em 1989, fabricando placas-mãe para a norte-americana Intel.
A cadeia de suprimentos global é dividida em sete etapas: pesquisa e desenvolvimento; design; fabricação de wafers; montagem, embalagem e teste; automação de design eletrônico (EDA) e propriedade intelectual central; equipamentos e ferramentas; e materiais.
“Fabricar um chip é um processo bastante longo. Começa com o design de semicondutores. Depois vamos fabricar e, em seguida, faz-se o embalagem e testes para ver se funciona bem. Não temos uma empresa que se ocupa desta cadeia completa, mas sim pequenas empresas encarregadas em cada parte. Elas formam um cluster, para que o cliente ou pessoas interessadas possam vir aqui e que sua ideia se realize e se torne um produto”, afirma Chia-Yi Yen, subdiretor do Departamento de Investimentos do Parque Científico de Hsinchu.
Yen conta que a Apple, por exemplo, projeta os chips e busca em Hsinchu apenas fabricação, pela TSMC, da CPU do iPhone. Já a linha de chips Dimensity, uma das mais rápidas e potentes para inteligência artificial atualmente, é desenhado na MediaTek, mas tem confecção terceirizada para a TSMC.
“As grandes empresas podem decidir com qual parte cooperar conosco. Pode ser que um produto comece do zero aqui ou que se termine e saia daqui do parque científico", relata ele.
Água, terreno e energia
O governo local atuou desde o início para estimular a formação do cluster nos parques científicos, controlados pelo Estado e agora atua como um facilitador.
Se antes garantia o bom funcionamento do espaço - que não faltassem insumos básicos da indústria, como água e energia elétrica, por exemplo -, hoje a administração atua como uma plataforma de serviços dedicados às empresas e também com incentivos contínuos à manutenção da fabricação doméstica.
Cada parque científico possui gestão local, um guichê único onde as empresas podem agilizar processos governamentais burocráticos, como licenças de construção e contratação de estrangeiros.
O governo também compra o terreno e oferece para a instalação das fábricas, e outros tipos de incentivos e subsídios para atração de mão de obra qualificada. As empresas podem decidir se alugam o espaço para construir sua planta ou se aluga uma das fábricas-padrão já erguidas, o que acelera o início da produção. A infraestrutura básica de tratamento de águas residuais já é fornecida pela administração do parque, a uma taxa mensal.
Além das fábricas, o ecossistema criado na década de 1980 tem no entorno duas das mais prestigiosas universidades, entre elas a Universidade Nacional de Taiwan, na área tecnológica e oito laboratórios de pesquisa, que colaboram entre si e com as empresas. São cerca de 10 mil pesquisadores, 60 mil estudantes e 15 mil doutores.
Do Brasil, já houve intercâmbios acadêmicos com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e com a PUC do Rio Grande do Sul.
Há escolas secundárias, escola bilíngue para filhos de imigrantes, residências para famílias ou dormitórios individuais, clínica médica e instalações de recreação e esporte, como quadras de badminton e de basquete. Um ônibus gratuito liga os parques a uma estação de trem.
A cidade Hsinchu possui níveis altos de renda, atrai jovens, com alta escolaridade e natalidade. Ao todo, 36% possui mestrado e 3% doutorado. O salário anual, em empresas de ponta como a TSMC e a MediaTek, alcança em média US$ 180 mil. Segundo autoridades do parque, a remuneração na indústria do silício é de três a quatro vezes maior do que a de outros segmentos. Os três parques empregam, somados, 25.966 trabalhadores estrangeiros, sendo 1.532 com expertise.
“É mais fácil grandes empresas como TSMC expandirem suas fábricas dentro do parque, porque nesta parte do serviço administrativo eles podem resolver tudo mais eficientemente”, relata Yen. “Este é um modelo único no mundo. O Parque Científico de Hsinchu conta com quatro partes muito importantes com o governo no meio, oferecendo uma plataforma para que possam trabalhar em conjunto: a indústria, as organizações de pesquisa e desenvolvimento e a academia. Estas quatro partes fazem com que este parque sempre lance a tecnologia mais inovadora, porque o tempo para comercializar uma ideia é reduzido com a cooperação destes quatro.”
Obstáculos
Executivos e autoridades governamentais reconhecem como obstáculos a capacidade de inovação, para desenvolvimento de softwares, e a escassez de energia, que afetam entre outros, o deslanche da indústria de drones e são cruciais aos veículos autônomos.
Chia-Yi Yen admite que a ilha precisa buscar mais capacidade de inovação. “A inovação e a sustentabilidade são nossas metas, mas também são as dificuldades que enfrentamos. A TSMC e a maioria das empresas no parque fazem o hardware, coisas sólidas que podemos ver. Precisamos desenvolver nossa parte fraca, o software, para que no futuro possamos juntar os dois”, diz o diretor. “Para mim o que mais falta agora são os talentos.”
A capacidade de desenvolver os softwares também será a chave para dominar um setor do futuro cada vez mais próximo, o de veículos autônomos, afirma Eric Chiu, vice-presidente da Tron-e (Tron Energy Technology Corporation). Desde 2020, a empresa conduz testes de uma plataforma de ônibus elétrico autônomo, inclusive rodando em áreas públicas no centro de Taipé. Mas a massificação da tecnologia ainda vai demorar, segundo ele.
“Ainda há um longo caminho pela frente”, afirma Chiu. “Os autônomos dependem muito de software. Nós tentamos desenvolver todos os softwares que usamos nos ônibus elétricos e autônomos. Já temos conhecimentos e não depende de um grande investimento, apenas pessoas. Taiwan já está familiarizada com diferentes ferramentas de desenvolvimento de software, então podemos fazer isso rapidamente.”
Energia
Yen reconhece também que vai haver cada vez mais demanda por eletricidade e água, e que a ilha não dispõe de recursos naturais abundantes: “Devemos desenvolver nossa energia renovável para que no futuro essas empresas não tenham problemas”.
A transformação energética está no foco do Conselho de Desenvolvimento Nacional de Taiwan, que acompanha as seis indústrias estratégicas centrais: informação e digital, cibersegurança, saúde de precisão, defesa nacional e indústrias estratégicas; energias renováveis e reservas estratégicas.
No curto prazo, neste ano Tawian quer atingir 20% de energia verde, 30% de combustão e 50% de gás natural. Até 2050, o governo planeja zerar emissões. “Para alcançar essa transformação energética nos concentramos em painéis solares, energia eólica, inclusive com sistema fora da ilha, veículos elétricos e armazenamento de energia e baterias. Mas estamos certos de que esse 20% verde deve aumentar para mais de 60% até 2050″, diz o conselheiro James C.J. Hsiao.
O cerco e o impacto
Além da corrida tecnológica, da guerra comercial pela liderança no setor e da redução de riscos às indústrias, o mundo se pergunta o que aconteceria com os mercados e o comércio em caso a China tente efetivamente tomar o controle de Taiwan. Um bloqueio naval no estreito - um dos cenários mais prováveis - afetaria principalmente a costa oeste e a face norte da ilha, onde estão Hsinchu e as fábricas da indústria de semicondutores. A área também coincide com a zona mais densamente povoada, onde Taiwan tem seus principais portos, como Kaohsiung, Keelung e Taipei.
No fim de 2022, a Rhodium Group, consultoria americana independente especializada em China, afirmou que “bem mais de US$ 2 trilhões” estariam em risco, em um cenário de bloqueio chinês redor de Taiwan, sem considerar as respostas internacionais, como sanções e socorro militar. Somente na indústria do silício, segue a Rhodium, as empresas poderiam perder US$ 1,6 trilhão em receita anualmente no caso de um bloqueio. A estimativa é conservadora e leva em conta a dependência da produção de circuitos integrados na ilha.
“Além do efeito imediato nas receitas corporativas devido à perda da produção de semicondutores, a economia global enfrentaria impactos significativos de segunda ordem que provavelmente adicionariam trilhões a mais no impacto econômico. Muitas indústrias dependem da disponibilidade de bens e equipamentos contendo chips taiwaneses”, afirma a consultoria.
Escudo de silício
Taiwan atualizou sua interpretação sobre o “escudo de silício”, teoria segundo a qual a relevância na fabricação de semicondutores para todo o mundo evitaria o confronto, uma vez que a guerra abalaria cadeias de suprimento industriais complexas e afetaria a economia global.
Por essa tese, os Estados Unidos, para preservar seus interesses econômicos e não apenas para cumprir obrigações da lei de relações com Taiwan, sairiam em defesa da ilha. Os efeitos negativos sobre a própria China fariam o Partido Comunista Chinês hesitar.
O conceito foi amplamente debatido e explorado por teorizações a respeito de uma guerra entre China e Taiwan, a partir do livro Escudo de Silício: proteção de Taiwan contra ataques chineses, do jornalista Craig Addison, publicado em 2001. A teoria segue em debate, adaptada a mudanças econômicas e militares.
O secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, Jaushieh Joseph Wu, rechaça a ideia de que Taiwan contaria automaticamente com uma “proteção” por concentrar em larga escala a produção de chips de última geração. Para ele, o “escudo de silício” pode ser “inútil” diante do poderio militar chinês. “Não vemos a indústria de semicondutores como um conceito de ‘escudo’, mas como uma parte indispensável da cadeia de abastecimento global. Não a utilizaremos para resistir à ameaça militar da China.”
A diplomacia taiwanesa indica agora uma nova abordagem para sua defesa: garantir alianças internacionais com potências democráticas, por meio de investimentos e até da transferência da fabricação de chips para fora de seu território. É o que vem sendo chamado de “diplomacia dos chips”, que deverá formar até uma força-tarefa, com foco no Japão e Europa.
Taiwan quer construir uma cadeia de suprimentos de semicondutores em colaboração com os EUA, Alemanha, Japão e Filipinas, entre outros.
Exterior
Em 2020, a TSMC anunciou os primeiros planos de investimentos em fabricação no exterior, sob o risco de enfraquecer o “escudo de silício”, ao desmantelá-lo.
Nos Estados Unidos, os investimentos somam US$ 65 bilhões em três plantas fabris, no Arizona. A primeira delas iniciou a produção de chips avançados de 4 nanômetros neste mês, anunciada como um marco por autoridades americanas. A unidade recebeu US$ 6,6 bilhões do governo americano. A segunda fábrica deve entrar em operação em 2028, para fazer chips de 3nm e 2nm. A terceira, anunciada recentemente, está prevista até 2030, para chips de 2nm ou ainda mais avançados com a produção começando até o final da década.
Na Ásia, a TSMC inaugurou no ano passado sua primeira fábrica em Kumamoto, no Japão, país que tem uma cadeia de suprimentos mais completa (com produção nacional de máquinas, químicos e gases especiais usados na fabricação) e seria capaz de replicar o cluster num futuro “não muito distante”.
A segunda fábrica da Japan Advanced Semiconductor Manufacturing (JASM), da qual a taiwanesa é sócia majoritária, deve entrar em operação em 2027 no país. Em agosto, a empresa começou a construção de sua primeira fábrica em Dresden, na Alemanha, um investimento conjunto na European Semiconductor Manufacturing Company (ESMC).
Em contrapartida, a expansão fortalece a relação econômica e o interesse desses países por Taiwan - e na sua defesa, esperam o governo e políticos locais.
Os taiwaneses acham que nenhum país será capaz de reproduzir um cluster, nem alcançará, sozinho, a mesma capacidade de produção e a tecnologia de ponta que a ilha levou quatro décadas para obter. Assim, precisarão continuar a manter laços de cooperação próximos com Taiwan e com as diversas empresas do segmento na ilha para evoluir.
As fábricas da TSMC no exterior, por enquanto, não vão produzir agora chips mais avançados, com apenas 2 nanômetros. Elas devem começar somente em cinco anos. Até o início de 2025, o governo ressaltava as restrições legais de Taiwan, que recaíram sobre as plantas da TSMC na China, por exemplo, para fazer fora da ilha os chips avançados. Ministros falavam abertamente na proibição e nos controles do governo, até recentemente, para as fábricas nos EUA. Mas o discurso mudou.
A exportação da tecnologia vem sendo monitorada pelo governo, que defende uma dosagem para os chips 2nm junto à empresa, em meio a pressões dos EUA, seja nas administrações Biden ou Trump, para acelerar sua fabricação no Arizona.
“Essa é uma guerra combinada e temos de focar não só na política, mas no que podemos oferecer para difundir a influência em setores diversos”, diz o ex-chanceler Joseph Wu. “Devemos nos preparar para o pior antes que ocorra.”
Segundo dados de 2022 do governo de Taiwan, a ilha fabricou 64% de todos os chips feitos no mundo. Quando se trata da tecnologia mais avançada (sub-7 nanômetros) a participação taiwanesa na fabricação superou os 70%. As empresas na ilha também lideraram em montagem, empacotamento e testes, com quase 59% de participação no mercado global, e ficaram em segundo lugar em design de circuitos integrados, com 20%, atrás dos EUA.
Taiwan ainda mantém a vanguarda de pesquisa e desenvolvimento dos processos de fabricação de chips de apenas 2 nanômetros, a mais avançada. Quanto menores os transistores, os chips comportam mais deles - aos bilhões de micro circuitos integrados - e assim maior o poder de processamento.
“O mundo percebeu que Taiwan não pode cair nas mãos da China, porque se os semicondutores caírem nas mãos da China, ou se essa cadeia de suprimentos sofrer algum impacto, todo o mundo será afetado. Cada vez mais países dizem abertamente que a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são partes indispensáveis da segurança e da prosperidade globais”, afirma Wu.
Mas quando o “escudo de silício” seria perdido? Tudo depende de quanto tempo outros países levariam para dominar os processos e desenvolver um ecossistema de parques científicos onde a fabricação seria tão competitiva como a de Taiwan.
“Depende da condição do país em termos de talentos, da cultura de trabalho, da oferta de energia elétrica... Para formar essa cadeia tão completa, demoramos mais de 40 anos. No princípio, a fabricação de semicondutores se concentrava nos Estados Unidos, mas eles perceberam que era vantajoso e trouxeram esse modelo de negócio para Taiwan, e funcionou. Nós, asiáticos, trabalhamos bastante“, afirma o diretor Yen. “Não podemos prever o futuro, mas o que tentamos fazer é manter sempre a nossa tecnologia mais avançada. O governo investiu muito para que possamos estar sempre à frente de outros países no mercado global.”
O repórter viajou a convite do Ministério das Relações Exteriores de Taiwan