O que os EUA farão e não farão pela Ucrânia; leia o artigo de Joe Biden

Mundo livre e muitas outras nações, lideradas pelos EUA, uniram-se ao lado da Ucrânia oferecendo apoio militar, humanitário e financeiro sem precedentes

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Por Joe Biden

THE NEW YORK TIMES - A invasão que Vladimir Putin acreditou que duraria dias entra agora em seu quarto mês. O povo ucraniano surpreendeu a Rússia e inspirou o mundo com seu sacrifício, sua coragem e seu sucesso em batalha. O mundo livre e muitas outras nações, lideradas pelos EUA, uniram-se ao lado da Ucrânia oferecendo apoio militar, humanitário e financeiro sem precedentes.

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Enquanto a guerra segue, quero ser bem claro a respeito dos objetivos dos EUA nesses esforços. O propósito é claro: queremos ver uma Ucrânia democrática, independente, soberana e próspera, com os meios para dissuadir agressores e se defender contra novas agressões.

Como afirmou o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, em última instância, esta guerra “só terminará definitivamente por meio de diplomacia”. Toda negociação reflete o que ocorre em campo. Nós nos mobilizamos para enviar à Ucrânia uma significativa quantidade de armas e munições, para que o país possa lutar no campo de batalha e estar na posição mais forte possível na mesa de negociação.

As novas armas americanas

Por este motivo, decidi que nós forneceremos aos ucranianos sistemas de foguetes e munições mais avançados que os possibilitarão atingir mais precisamente alvos cruciais no campo de batalha na Ucrânia. Continuaremos a cooperar com nossos aliados e parceiros em relação às sanções contra a Rússia, as mais duras jamais impostas sobre uma grande economia.

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Continuaremos a fornecer à Ucrânia armamento avançado, incluindo mísseis antitanque Javelin, mísseis antiaéreos Stinger, artilharia potente e sistemas precisos de foguetes, radares, veículos aéreos autônomos, helicópteros Mi-17 e munição.

Também enviaremos bilhões de dólares a mais em ajuda financeira, conforme autorizado pelo Congresso. Nós trabalharemos com os nossos aliados e parceiros para enfrentar a crise alimentar mundial agravada pela agressão russa. E ajudaremos nossos aliados europeus e de outras partes a reduzir sua dependência em relação aos combustíveis fósseis russos e aceleraremos nossa transição para um futuro de energia limpa.

Nós também continuaremos a reforçar o flanco oriental da Otan com forças e equipamentos dos EUA e de outros aliados. E, recentemente, recebi as candidaturas da Finlândia e da Suécia para aderirem à Otan, manobra que fortalecerá de maneira abrangente a segurança americana e transatlântica, ao adicionar dois parceiros militares democráticos e altamente capazes.

Caminhão equipado com o sistema Himars em campo de treinamento militar nos EUA Foto: Tony Overman/The Olympian via AP, File

Um aviso a Putin

Nós não buscamos uma guerra entre a Otan e a Rússia. Por mais que eu discorde de Putin e considere suas ações ultrajantes, os EUA não tentarão provocar sua deposição em Moscou. Contanto que os EUA e nossos aliados não sejam atacados, não nos envolveremos diretamente neste conflito, seja enviando soldados americanos para lutar na Ucrânia ou atacando forças russas. Não estamos encorajando nem capacitando a Ucrânia para atacar além de suas fronteiras. Não queremos prolongar a guerra apenas para fazer a Rússia sofrer.

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Meu princípio nesta crise tem sido: “Não tratar da Ucrânia sem a participação da Ucrânia”. Não pressionarei o governo ucraniano – nem privadamente nem publicamente – a abrir mão de território. Fazê-lo seria errado e contrariaria princípios estabelecidos há muito.

As negociações da Ucrânia com a Rússia não estão empacadas porque a Ucrânia virou as costas para a diplomacia. Estão empacadas porque a Rússia continua a travar uma guerra para tomar controle sobre quanto território ucraniano for capaz. Os EUA continuarão a trabalhar para fortalecer a Ucrânia e apoiar seus esforços para alcançar um fim negociado para o conflito.

A agressão não provocada, bombardeios contra maternidades e centros culturais e o deslocamento forçado de milhões de pessoas fazem da guerra na Ucrânia um profundo dilema moral.

O sofrimento dos refugiados

Encontrei-me com refugiados ucranianos na Polônia – mulheres e crianças que não sabiam o que seria de suas vidas, nem se as pessoas amadas que ficaram para trás na Ucrânia estavam bem. Nenhuma pessoa em sã consciência seria capaz de segurar a emoção diante da desolação desses horrores.

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Ficar ao lado da Ucrânia em seu momento de necessidade não é apenas a coisa certa a se fazer. Vai de acordo com os nossos interesses nacionais vitais garantir uma Europa pacífica e estável, assim como deixar claro que não vale a lei do mais forte.

Se a Rússia não pagar caro por suas ações, mandará uma mensagem para outros pretensos agressores de que eles também podem tomar territórios e subjugar outros países. Isso colocará em risco a sobrevivência de outras democracias pacíficas. E poderia marcar o fim de uma ordem internacional com base em regras e abrir a porta para agressões em outras partes, com consequências catastróficas para todo o mundo.

Risco nuclear

Sei que muitas pessoas em todo o planeta estão preocupadas a respeito do uso de armas nucleares. Atualmente, não vemos nenhuma indicação de que a Rússia pretenda usar armas nucleares na Ucrânia, apesar da retórica russa ocasional de brandir a espada atômica ser, em si, perigosa e irresponsável.

Permitam-me ser claro: qualquer uso de armas nucleares neste conflito em qualquer escala seria completamente inaceitável para nós, assim como para todo o mundo, e acarretaria consequências severas.

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Os americanos permanecerão ao lado do povo ucraniano porque entendemos que a liberdade não é gratuita. É isso o que sempre fizemos toda vez que inimigos da liberdade buscaram intimidar e oprimir povos, e é isso o que estamos fazendo agora.

Vladimir Putin não esperava esse nível de união nem a intensidade da nossa resposta. Ele estava errado. E, se ele espera hesitação ou fragmentação de nossa parte nos próximos meses, ele está igualmente errado. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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