TEL-AVIV - A morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, nesta quarta-feira, 17, pelas forças israelenses na Faixa de Gaza, representa um golpe significativo para o grupo terrorista. Israel fez da eliminação da liderança do Hamas um objetivo da guerra em Gaza, e considerava Sinwar um de seus maiores alvos.
Há muito tempo considerado por Israel e pelos Estados Unidos como o planejador da estratégia militar do Hamas em Gaza, Sinwar também assumiu a função de chefe político da organização há dois meses, após o assassinato de Ismail Haniyeh. Durante meses, Sinwar evitou o tipo de esforço israelense para encontrá-lo e matá-lo, o que levou à morte de outras autoridades do Hamas, entre elas Haniyeh.
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Khaled Meshal, ex-chefe político do Hamas
Nascido perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, Meshal tornou-se líder do escritório político do Hamas em 1996, dirigindo o grupo a partir do exílio. Dois anos depois, agentes israelenses injetaram nele um veneno de ação lenta na Jordânia, levando-o ao coma antes de ser salvo por um antídoto fornecido por Israel como parte de um acordo diplomático com a Jordânia.
Meshal passou sua carreira mudando de uma nação árabe para outra, vivendo no Kuwait, Jordânia, Catar e Síria. Quando deixou o cargo de chefe do escritório político, foi sucedido em 2017 por Haniyeh. Até hoje, Meshal continua sendo uma autoridade influente no grupo.
Morte de Yahya Sinwar
Khalil Al-Hayya, vice-líder do Hamas em Gaza
Al-Hayya, que agora vive no exílio no Catar, é uma autoridade do Hamas há décadas e era o segundo em comando do grupo até a morte de Sinwar. Ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato israelense em 2007, quando um ataque aéreo em sua casa em Gaza matou membros de sua família quando ele não estava lá.
Um dos fundadores do Hamas, ele iniciou sua carreira política nos Emirados Árabes Unidos, onde ajudou a fundar uma filial da Irmandade Muçulmana Palestina, a partir da qual o Hamas foi formado, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Mais tarde, ele foi para os Estados Unidos, onde ajudou a fundar instituições islâmicas, inclusive aquelas voltadas para a causa palestina. Em 1996, quando chefiava o escritório político do Hamas, enfrentou acusações israelenses de financiar e ajudar a organizar ataques terroristas. Depois de passar 22 meses em uma prisão de Manhattan sob suspeita de terrorismo, ele concordou em renunciar ao seu status de residente permanente nos Estados Unidos e disse que não contestaria as acusações de terrorismo que levaram à sua detenção. Os Estados Unidos então o deportaram para a Jordânia.
Muhammad Deif, comandante das forças armadas do Hamas
Deif, outro suspeito de planejar os ataques de 7 de outubro, juntou-se ao Hamas quando era jovem. Em 2002, ele se tornou o líder da ala militar do Hamas, as Brigadas Qassam, sucedendo seu fundador, que foi morto em um ataque israelense. Desde então, Deif orquestrou vários ataques a Israel, inclusive uma série de atentados suicidas em 1996.
Em julho, as forças israelenses bombardearam uma área costeira densamente povoada de Gaza com munição pesada na tentativa de matar Deif. Dezenas de habitantes de Gaza foram mortos no ataque. Mais tarde, as forças armadas israelenses disseram que haviam matado Deif no ataque. O Hamas não confirmou nem negou sua morte.
Ele esteve no topo da lista de terroristas mais procurados por Israel durante décadas, evitando mais de oito atentados contra sua vida, de acordo com a inteligência israelense. Em 2014, um ataque aéreo israelense matou uma de suas esposas e seu filho recém-nascido.
Muhammad Sinwar
Muhammad Sinwar é o braço direito de seu irmão, Yahya Sinwar. O Exército de Israel disse no início de novembro que havia invadido o escritório de Muhammad, onde disse ter encontrado “documentos de doutrina militar”. Em dezembro, o Exército também liberou o que disse ser um vídeo de Muhammad em um carro dentro de um túnel de Gaza./ NYT e W.POST
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