O segredo do sucesso do Trumpismo não é o autoritarismo; leia a análise

Trump aparece nas pesquisas à frente de Biden em Estados considerados decisivos e avança em grupos que tradicionalmente votam no partido Democrata

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Por Matthew Schmitz*
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Se a eleição presidencial fosse hoje, Donald Trump poderia muito bem vencê-la. Pesquisas de vários institutos mostram-no ganhando terreno em relação a Joe Biden, vencendo em cinco dos seis Estados tradicionalmente indefinidos eleitoralmente e atraindo apoio de aproximadamente 20% dos negros e 40% dos latinos nesses Estados.

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Para alguns observadores progressistas, a resiliência de Trump confirma que muitos americanos não estão comprometidos com a democracia e são seduzidos por ideologias extremistas. Hillary Clinton tem descrito Trump como uma “ameaça” à democracia, Biden o classificou como “um dos presidentes mais racistas que tivemos na história moderna”.

Em um espírito diferente, alguns na direita também interpretam o sucesso de Trump como um sinal de que os americanos estão abertos a formas mais radicais de política. Depois que Trump venceu, em 2016, o filósofo russo Aleksandr Dugin declarou que o povo americano tinha “começado a revolução” contra o próprio progressismo político. Richard Spencer declarou-se e aos seus asseclas nacionalistas brancos “a nova vanguarda trumpista”.

Ex-presidente Donald Trump em comício em Nevada, 17 de dezembro de 2023. Foto: AP / Godofredo A. Vásquez

Ambos os lados interpretaram o sucesso de Trump equivocando-se consistentemente. Trump não está à frente de Biden nos Estados indefinidos porque os americanos estão ávidos para se submeter ao autoritarismo e não atrai o apoio de um número significativo de eleitores negros e hispânicos porque eles apoiam a supremacia branca. O sucesso de Trump não é sinal de que os Estados Unidos estão dispostos a aceitar as ideias da extrema direita. Trump desfruta de apoio duradouro porque é percebido por muitos eleitores — com frequência por boa razão — como um moderado pragmático, apesar de imprevisível.

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Certamente, a retórica selvagem de Trump, sua indiferença ao protocolo e disposição em desafiar especialistas foram profundamente inquietantes para pessoas de ambos os partidos. Seu mandato na presidência foi com frequência caótico, e o caos pareceu culminar no tumulto no Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Na atual campanha presidencial, Trump prometeu nomear um promotor especial para “ir atrás” de Biden; continua a argumentar que a eleição de 2020 foi roubada e que os EUA não são “bem uma democracia neste momento”; e sua predileção por terminologias incendiárias não diminuiu.

Mas vale lembrar que, durante a presidência de Trump, sua retórica com frequência intempestiva e seu comportamento errático acabaram acompanhando uma série de políticas moderadas. Em assuntos abrangendo de seguros-saúde a prerrogativas em política externa e comércio, Trump rejeitou rotineiramente as ideias mais impopulares de ambos os partidos políticos. Os eleitores parecem ter notado essa realidade: quando questionados se consideravam Trump conservador demais, não conservador o suficiente ou “não extremo demais em nenhuma direção”, 57% dos eleitores entrevistados em uma pesquisa recente responderam “não extremo demais em nenhuma direção”. Somente 27% consideraram-no conservador demais.

Tais caracterizações podem confundir críticos de Trump. Mas mesmo seus comentários mais provocativos desde que deixou a Casa Branca — que seria um “ditador” a partir do primeiro dia de seu segundo mandato; e que o ex-comandante do Estado-Maior Conjunto dos EUA Mark Milley merece ser executado por “um ato de traição” — provavelmente importam menos para muitos eleitores do que a maneira que ele governou. Habituados com sua fanfarronice, eles veem Trump hoje como ele foi enquanto ocupou a presidência: menos um guerreiro ideológico do que um empresário de mentalidade flexível favorável a negociações e concessões mútuas.

Esse entendimento de Trump, mais que qualquer outro fator, pode explicar por que tanto eleitores permaneceram com ele — e por que daqui a um ano nós poderemos estar diante de um segundo governo Trump.

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A moderação de Trump pode facilmente passar despercebida, porque ele não é um centrista estilístico — do tipo que pede um corte no orçamento bipartidário e um retorno para a civilidade. Sua moderação é mais parecida com a de Richard Nixon, que combinava uma personalidade combativa e ressentimentos pronunciados com um faro para a realidade política e uma disposição para negociar com seus opostos ideológicos. Nixon, um anticomunista fervoroso, exibiu seu pragmatismo mais memoravelmente ao visitar a China. Mas sua natureza pragmática também se evidenciou na aceitação da ordem do New Deal, que muitos conservadores continuavam a rejeitar.

Da mesma forma que Trump. Comecemos com sua posição em relação à assistência de saúde, que desafia posições tanto democratas quanto republicanas. Quando questionado, em 2015, se apoiava ou não a assistência médica universal, ele afirmou, “Todos têm de ser cobertos”, e, “o governo vai pagar por isso”. Na função, ele propôs uma alternativa ao Obamacare que congressistas conservadores criticaram qualificando como “um benefício republicano de assistência social”. No mês passado, quando atacou novamente o Obamacare, Trump enfatizou que não quer “acabar” com o programa, mas “substituí-lo por uma assistência médica muito melhor”.

As visões de Trump sobre o Medicare e a Seguridade Social possuem a mesma qualidade de meio do caminho. “Ele e eu brigamos por causa do Medicare e da reforma nos benefícios o tempo todo”, queixou-se no ano passado o ex-presidente republicano da Câmara dos Deputados Paul Ryan. “Ficou claro para mim que ele não queria aceitar aquilo de nenhuma maneira”. Na atual disputa de primárias no Partido Republicano, Trump tem atacado o governador da Flórida, Ron DeSantis, classificando-o como “o tipo de cara que empurra a velhinha cadeirante do abismo” citando votos de DeSantis como congressista favoráveis a propostas de substituir o Medicare por vouchers para uso em seguros privados e elevar a idade de elegibilidade para aposentadoria pela Seguridade Social.

Governador da Flórida e pré-candidato à presidência, Ron DeSantis, durante debate do partido Republicano. Foto: Bloomberg / Micah Green

Em relação aos comércio, Trump rompeu com a ortodoxia dos livres-mercados popular entre as elites tanto democratas quanto republicanas — mas sem apoio de grande parte da classe média americana. Acusando a China de práticas comerciais injustas, ele colocou tarifas sobre o equivalente a mais de US$ 300 bilhões em mercadorias chinesas. Biden manteve essas tarifas, concedendo ao ato de Trump legitimidade bipartidária. Trump também retirou os EUA da Parceria Trans-Pacífico, um acordo de livre-comércio promovido pelo governo Obama. O histórico econômico de Trump é agora seu principal argumento de convencimento em 2024. Os eleitores poderão considerar seus instintos empresariais preferíveis aos modos dos economistas de escolarização formal, especialmente em face a pressões inflacionárias que muitos economistas subestimaram.

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Em relação à política externa, Trump demonstrou prudência e disposição de negociar que se contrapõem às estridentes tendências pós-11 de Setembro de ambos os partidos. Em 2019, por exemplo, ele desafiou falcões como seu então secretário de Estado, Mike Pompeo, e conselheiro de segurança nacional, John Bolton, cancelando os planos de um ataque de mísseis em razão do Irã ter destruído um drone americano. Trump argumentou que um ataque que poderia matar 150 pessoas não era “proporcional à derrubada de um drone não tripulado”.

Entre democratas e republicanos, o imperativo de condenar adversários classificando-os como criminosos de guerra e terroristas sobrepujou crescentemente a arte da diplomacia convencional. Trump, com seu amor pela negociação, tentou afugentar essa tendência. Em julho, ele rejeitou pedidos por um processo de crimes de guerra contra Vladimir Putin, alertando que políticos que apoiassem esse esforço aumentariam o risco de uma escalada que tornaria “impossível negociar a paz”.

Em questões sociais, Trump também tem se posicionado como um tipo moderado. Apesar de ter defendido a derrubada de Roe versus Wade e acusado democratas de apoiar legislações que legalizam “arrancar bebês do útero” no nono mês de gestação, ele também rompeu com os contrários ao aborto. Após DeSantis sancionar um banimento ao aborto após a sexta semana de gestação na Flórida, Trump classificou a manobra como “um erro terrível”. Críticos de Trump na direita com frequência o acusam de não ser suficientemente comprometido com visões sociais conservadoras. Isso pode ser verdadeiro — mas dificilmente é um passivo eleitoral. Ao criticar tanto o aborto no fim da gestação quanto as restrições mais amplas de acesso ao procedimento, Trump tem conseguido refletir as visões embaralhadas de grande parte do eleitorado.

Consideremos também as controvérsias sobre gênero e sexualidade. Trump não hesitou em aprovar limites sobre pessoas transgênero nas Forças Armadas. Mas ninguém o confunde com algum evangélico que acredita na Bíblia ou um moralista medio-oriental. Sua conduta irreverente e suas promessas de “proteger nossos cidadãos LGBTQ” são um lembrete de que a vida nos mundos dos empreendimentos imobiliários de Nova York e dos meios de comunicação o ensinaram uma forma rude de tolerância, por mais politicamente incorreto que ele possa ser. (O senador Ted Cruz, do Texas, apontou para essa realidade em 2016 quando acusou Trump de encarnar “valores novaiorquinos”.) Nesse sentido, Trump representa um conservadorismo que aceitou a diversidade como um fato, mesmo que resista ao entendimento da esquerda a respeito de tudo o que a “diversidade” deveria significar.

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Pessoas de ambos os campos da política, negligenciando a moderação de Trump, têm assumido incorretamente que sua ascensão foi alimentada por seus apelos a ideologias extremistas. A pré-campanha presidencial de DeSantis, que tem exaltado seu conservadorismo inflexível e buscou acionar o radicalismo estético quase irônico da direita online, oferece um exemplo vívido desse erro.

Um de seus vídeos, criado este ano, criticou Trump por prometer proteger pessoas LGBT+ e vangloriou-se por DeSantis ter sancionado leis “extremas” e “draconianas”. Outro vídeo feito por um assessor eleitoral sobrepôs um sol negro, um símbolo associado ao neonazismo, ao rosto de DeSantis. A subsequente queda de DeSantis nas pesquisas reflete uma série de fatores, incluindo sua personalidade reservada, mas sua tentativa natimorta de concentrar a energia da direita online sugere que seus “memes mágicos” não são a razão para o sucesso de Trump.

Certamente, Trump teve contatos com membros da extrema direita bizarra, mais famosamente em um jantar, no ano passado, ao qual o cantor Kanye West (atualmente conhecido como Ye) levou Nick Fuentes, um defensor convicto de posições racistas e antissemitas. Mas Trump se difere de maneiras significativas dos extremistas com os quais é às vezes associado. Por exemplo, Trump pressionou por uma reforma na Justiça criminal assinando a Lei Primeiro Passo — uma medida bipartidária classificada por DeSantis como “projeto fuga da prisão” — e explicitamente promovendo a legislação como parte de seu apelo entre os negros americanos.

Mais recentemente, Trump compartilhou em redes sociais os resultados de uma investigação da Reuters que constatou que ele não é o único ex-presidente americano vivo que descende de donos de escravos. (“Eu espero que todos os afro-americanos no nosso país estejam lendo isso agora”, escreveu ele. “Lembrem-se!”) Aos olhos de alguns críticos conservadores, Trump concedeu credibilidade ao argumento por reparações. É bem conhecido que a esquerda discorda do registro de Trump em relação a raça, mas — mais silenciosamente — a direita também. Esse fato subconsiderado pode ajudar a explicar por que o apoio a Trump tem aumentado entre eleitores negros.

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Apoiadores vibram com discurso de Donald Trump nos EUA, 16 de dezembro de 2023.  Foto: AP / Reba Saldanha

Como alguém pode conciliar a moderação de Trump com seus excessos retóricos? Em seu livro de 1987, “A arte da negociação”, ele dá uma pista. Trump descreve a maneira com que lida com negociações em uma anedota sobre como evitou que um banco executasse uma dívida garantida pela fazenda de uma viúva. Quando os pedidos iniciais de Trump foram ignorados, ele ameaçou acusar o banco de ter provocado o suicídio do marido da viúva. Diante dessa perspectiva desagradável, o banco cedeu. Trump observou, “às vezes vale a pena ser um pouco selvagem”. Seja ou não perfeitamente verdadeira, essa história ilustra o que Trump aspira ser: um negociador astuto, cujas declarações ultrajantes o ajudam a alcançar acordos razoáveis.

Evidentemente, Trump não tem sido moderado em todos os momentos sobre todos os temas. Pensando em um segundo mandato, ele e sua equipe política prometeram usar as Forças Armadas dos EUA para atacar cartéis de drogas no México e derrubar leis sobre o serviço público que lhe permitam reformar agressivamente a burocracia americana. Sua promessa de nomear “um promotor especial de verdade para ir atrás” de Biden deveria ocasionar uma consideração mais séria a respeito de argumentos sustentados por alguns de que promotores especiais são inconsistentes com a nossas tradições jurídicas.

Alegações de membros da pré-campanha de Trump de que algumas dessas propostas mais ambiciosas são “puramente especulativas” e “não passam de sugestões” podem ser uma tentativa de obscurecer a dimensão total das ambições de Trump. Ou talvez essas propostas reflitam sua antiga estratégia de negociação de falar absurdos antes de alcançar acordos mais modestos. Um segundo mandato de Trump poderá realmente ser mais radical e menos pragmático que o primeiro; os eleitores não podem descartar essa possibilidade, mas seu primeiro mandato lhes dá razão para desconsiderá-la.

A imigração será a área na qual a promessa e os limites da forma de moderação de Trump serão colocados em teste. Agora ele promete uma ação mais abrangente e eficaz contra a imigração ilegal em comparação com o que alcançou em seu primeiro mandato, incluindo a construção de centros de detenção. De acordo com uma pesquisa recente, 53% dos eleitores registrados confiam mais em Trump que em Biden em relação à imigração, com apenas 41% preferindo Biden.

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Talvez essa disparidade reflita uma falta de conhecimento sobre a dimensão dos planos de Trump. Ou possa indicar uma insatisfação generalizada com as atuais condições. Até outubro, funcionários da agência Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA tinham interagido com mais de 240 mil pessoas que tentaram entrar no país através da fronteira sul entre outubro de 2022 e setembro deste ano; 169 indivíduos cujos nomes constam de listas de alerta para terroristas foram presos tentando atravessar.

De fato é fácil exagerar sobre o radicalismo do registro de Trump em imigração. Biden manteve em vigor o Título 42, uma medida dos tempos da pandemia de covid que Trump usou para acelerar deportações, e expandiu seu uso antes de encerrar o mecanismo este ano. Em 2021, Biden declarou que “construir um muro massivo que se estenda por toda a fronteira sul não é uma política de solução séria”, mas não obstante ampliou a política notoriamente trumpista. O secretário de Segurança Interna de Biden, Alejandro Mayorkas, reconheceu em outubro “uma necessidade aguda e imediata de construir barreiras físicas” com o objetivo de “evitar entradas clandestinas”. Nem a promessa de Trump de construir centros de detenção contraria inteiramente a atual política: neste outono (Hemisfério Norte), o governo Biden reabriu duas instalações para abrigar menores que atravessam a fronteira.

Também vale a pena ter em conta que muitos eleitores podem não considerar os excessos de Trump tão incomuns quanto seus oponentes consideram. Eles devem considerar os eventos de 6 de janeiro de 2021, por exemplo, comparáveis à violência que ocorreu após a morte de George Floyd (quando protestos diante da Casa Branca deixaram feridos mais de 60 agentes do Serviço Secreto e 50 policiais). Eles devem considerar o esforço de Trump para reverter os resultados da eleição de 2020 não completamente diferente da declaração de Clinton de que não descartaria questionar a legitimidade da eleição de 2016 com base em alegações de interferência da Rússia. Justificáveis ou não, essas equivalências estão disponíveis para eleitores que continuam enfurecidos em razão de oponentes de Trump, incluindo autoridades eleitas, terem desafiado a legitimidade de sua presidência antes dele assumir a função pela primeira vez — e parecem menos comprometidos com o atual projeto.

Apoiadores de Donald Trump avançam em direção ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.  Foto: Kenny Holston/The New York Times

A ideia de que Trump representa uma ameaça existencial à democracia é agora proximamente ligada com a tomada de certas medidas jurídicas extraordinárias contra ele. Apesar dos méritos legais dos quatro casos criminais a que Trump responde variarem, seus efeito políticos, dado seu timing e a persistente popularidade de Trump, são os mesmos: eles implicam que defender a democracia requer atrapalhar, calar ou até encarcerar um dos dois candidatos com maior preferência nas pesquisas. Isso também é verdadeiro em relação a processos abertos em vários Estados argumentando que Trump é inelegível.

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Se o apoio a Trump realmente indicasse um radicalismo incipiente no eleitorado americano, essas ações jurídicas seriam mais compreensíveis. Seria mais fácil justificar seus custos políticos por mais graves que fossem. Mas mesmo aqueles que pensam que alguns dos indiciamentos de Trump são bem fundamentados podem concluir que os custos dos processos, dado o possível surgimento de um motivo partidário, são altos demais — que eles representam um tipo de ameaça às normas da democracia que pretendem guardar.

Para indivíduos sinceramente preocupados em preservar nossas tradições democráticas, não há necessidade de medidas tão drásticas. Por mais desordeiro que Trump possa ser, seu sucesso atesta o desejo dos eleitores americanos por moderação e seu ceticismo em relação a ideologias extremistas. Em novembro, os americanos poderão decidir novamente que preferem Joe Biden a Donald Trump. Mas se os EUA são realmente uma democracia, será permitido ao país fazer essa escolha livremente. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

*Matthew Schmitz é fundador e editor da revista online Compact.

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