Obama condena massacre em Dallas e promete que ‘justiça será feita’
Número de policiais mortos em ataque coordenado durante protesto contra a violência policial nos Estados Unidos sobe para cinco. Presidente americano pressionou para maior controle de armas, especialmente os fuzis de assalto
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Por Redação
VARSÓVIA - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou nesta sexta-feira, 8, a "tremenda tragédia" em Dallas, no Texas, onde na quinta-feira cinco policiais morreram e outros sete foram atingidos por disparos de franco-atiradores instalados em telhados em um ataque coordenado durante uma manifestação contra a violência policial nos Estados Unidos, e prometeu que "a justiça será feita". Outras duas pessoas que participavam dos protestos também ficaram feridas, disseram autoridades locais.
A polícia descreveu a emboscada como cuidadosamente planejada e executada, e levou três pessoas à prisão antes de um quarto suspeito ser morto, no que a mídia local relatou ter sido um tiro auto-inflingido após um impasse que se estendeu até a manhã desta sexta-feira. Ele trocou tiros com a polícia durante o impasse em uma garagem e alertou sobre bombas espalhadas pela cidade.
Onda de protestos nos EUA pede fim da violência policial contra negros
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Onda de protestos nos EUA pede fim da violência policial contra negros
Manifestante segura cartaz com a inscrição "Vidas dos negros importam" na frente do Capitólio dos EUA, em Washington, em protesto contra a morte deAlt... Foto: AP Photo/Paul HolstonMais
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Dezenas de pessoas protestam na frente da Casa Branca, na tarde de quinta-feira, contra recentes casos de violência policial que deixaram dois negros ... Foto: AP Photo/Paul HolstonMais
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Em Nova York, muitas pessoas também foram às ruas para pedirem justiça; depois de se reunirem naUnion Square, centenas de pessoas marcharam pelo centr... Foto: Christopher Lee/The New York TimesMais
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Com cartazes pedindo o fim do racismo e julgamento dos policiais que mataramAlton Sterling e Philando Castile centenas de pessoas protestam nos arredo... Foto: REUTERS/Eduardo MunozMais
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Manifestantes gritam palavras de ordem contra a polícia em Nova York durante marcha após dois casem razão da morte deAlton Sterling e Philando Castile... Foto: REUTERS/Eduardo MunozMais
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Em chicago, manifestantes pediram justiça e prisão dos policiais envolvidos na morte deAlton Sterling; o protesto foi realizado na frente da delegacia... Foto: AFPMais
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Divulgação pelo polícia de Baton Rougedo vídeo que mostra a morte de Alton Sterling e após a namorada de Philando Castile transmitir ao vivo pelo Face... Foto: AFPMais
Manifestantes protestam em Baton Rouge após policiais brancos matarem um homem negro
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos vai liderar uma investigação sobre a morte de um homem negro por policiais brancos em Baton Rouge,Louisia... Foto: Mark Wallheiser/Getty Images/AFPMais
Manifestantes protestam em Baton Rouge após policiais brancos matarem um homem negro
Segundo autoridades,Alton Sterling, de 37 anos, foi alvejado e morto durante uma discussão com dois policiais brancos. Na imagem, manifestante segura ... Foto: AP Photo/Gerald HerbertMais
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O incidenteocorreuapós protestos generalizados nos EUA contra o uso da força letalda polícia contra minorias em cidades como Ferguson, Missouri, Balti... Foto: Mark Wallheiser/Getty ImagesMais
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Investigação da morte de Sterling contará com participação daDivisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça, do FBI e da Procuradoria-Geral Foto: AP Photo/Gerald Herbert
Manifestantes protestam em Baton Rouge após policiais brancos matarem um homem negro
Manifestantes bloqueiam trânsito próximo ao local onde o rapaz foi morto Foto: Mark Wallheiser/Getty Images/AFP
Manifestantes protestam em Baton Rouge após policiais brancos matarem um homem negro
Os dois policiais brancos foram identificados como Blane Salamoni e Howie Lake, que foram colocados em licença administrativa, segundo o chefe de polí... Foto: Mark Wallheiser/Getty Images/AFPMais
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"Ainda não conhecemos todos os detalhes. O que sabemos é que este foi um ataque terrível, calculado e desprezível contra agentes de segurança", disse Obama em uma declaração à imprensa, depois de se reunir em Varsóvia, na Polônia, com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
"Eu acho que falo em nome de todos os americanos quando digo que estamos horrorizados com estes fatos, e estamos unidos com o povo e o Departamento de Polícia de Dallas", acrescentou.
O presidente americano lembrou que há "vários suspeitos" do massacre e que espera em breve saber mais "sobre suas motivações". "Que fique claro que não há justificativa possível para este tipo de ataque ou qualquer violência contra os agentes de segurança. Qualquer um envolvido nestes assassinatos será responsabilizado. A justiça será feita", garante Obama.
O líder americano destacou também que "quando as pessoas estão armadas com armas poderosas, infelizmente, esses ataques se tornam mais mortais e mais trágicos". "Nos próximos dias, também teremos que considerar essa realidade", acrescentou. Ao longo de seu mandato, Obama pressionou para um maior controle de armas, especialmente os fuzis de assalto aos quais os americanos têm acesso.
O presidente telefonou para o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, e ofereceu "toda assistência que precisar" do governo federal diante desta "tremenda tragédia".
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Obama lamentou os incidentes desta semana, nos quais morreram dois jovens afro-americanos pelas mãos de policiais em Minnesota e Louisiana, e destacou o trabalho dos agentes afirmando que a grande maioria faz "um trabalho extraordinário". "Hoje é uma lembrança dolorosa dos sacrifícios que eles (policiais) fazem por nós", disse.
Caos. “Havia negros, brancos, latinos, de tudo. Era o protesto de uma comunidade mista. E (os tiros) vieram do nada. Ficamos com a impressão de que atiravam na nossa direção. Foi o caos total, uma coisa de loucos", disse uma testemunha.
Ao final do protesto em Dallas, dois homens "começaram a atirar contra os policiais a partir de uma posição elevada", afirmou o chefe de polícia, David Brown. Horas mais tarde, já durante a madrugada, a polícia continuava trocando tiros e tentando negociar com um franco-atirador isolado, entrincheirado em uma garagem.
"Ele disse aos nossos negociadores que o fim se aproxima, que iria ferir e matar mais policias. E afirmou que há bombas por todos os lados na garagem e no centro de Dallas", completou Brown.
Negros assassinados por policiais nos EUA
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Negros assassinados por policiais
Há mais de 25 anos, ocorreu um dos casos mais importantes relacionados à violência policial contra negros nos EUA. No dia 3 de março de 1991, o taxisi... Foto: Reprodução Mais
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Uma mulher que estava na mesma área da garagem foi detida, assim como outros dois suspeitos que tinham bolsas de camuflagem em seu carro. "Infelizmente não temos a certeza de ter detido todos os suspeitos", disse Brown.
Várias testemunhas publicaram vídeos e áudios na internet sobre a situação, nos quais é possível observar e escutar as rajadas de tiros e as sirenes das viaturas policiais. Ismael DeJesus conseguiu fazer um vídeo no momento em que estava escondido no Crown Plaza Hotel durante o tiroteio.
Ele afirmou à emissora CNN - que exibiu as imagens - que um homem "próximo de uma pilastra atirava para a esquerda, para a direita, do outro lado da pilastra, atirando contra alguém". "Depois ele deu a volta para ter certeza de que ninguém estava vindo, mas um agente apareceu pelo lado direito. O policial tentou surpreendê-lo, mas as coisas não terminaram bem", disse DeJesus. "Pareceu uma execução, para falar honestamente."
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Indignação. As demonstrações de indignação aumentaram ao longo da semana, primeiro com o assassinato na terça-feira de Alton Sterling, de 37 anos, atingido por tiros de policiais em um estacionamento de um centro comercial na cidade de Baton Rouge, Louisiana.
Na quinta-feira, a revolta se espalhou pelas ruas das principais cidades americanas depois da morte em Minnesota de outro cidadão negro, Philando Castile, que foi alvo de tiros da polícia dentro de seu carro, no qual estavam sua namorada e sua filha de quatro anos.
As mortes de Sterling e Castile foram filmadas por testemunhas e os vídeos mostram que eles não representavam nenhum risco evidente para os agentes que abordaram ambos. /EFE, Reuters e AFP
Veja abaixo: Obama defende reforma da polícia americana