PARIS - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta terça-feira, 1, que reduza as tensões com a Rússia, destacando o apoio americano à segurança da Turquia, sua aliada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Obama se reuniu com Erdogan em Paris, onde participa da cúpula do clima da ONU (COP-21), uma semana depois de caças F-16 turcos derrubarem um avião de guerra russo ao longo da fronteira com a Síria.
"Os Estados Unidos apoiam o direito da Turquia de se defender e defender também seu espaço aéreo. Conversamos sobre como a Turquia e a Rússia podem trabalhar juntas para acalmar as tensões e encontrar um caminho diplomático para resolver o problema", disse.
Obama enfatizou para Erdogan que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) é o inimigo comum em que todos os lados precisam se concentrar e disse que pretende expandir as relações militares com a Turquia no contexto do conflito sírio.
Por sua vez, Erdogan disse que falou com o Obama sobre a luta contra o EI, assim como sobre as recentes tensões entre Rússia e Turquia. "Estamos buscando soluções diplomáticas. Queremos evitar tensões. Não queremos ser prejudicados, mas sim que a paz prevaleça", destacou Erdogan após o encontro com o presidente americano.
Durante a reunião com Obama, ambos abordaram também o estabelecimento de um governo transitório na Síria, ponto no qual Erdogan se mostrou contente "por ver progressos" e a proteção dos civis de origem turca que vivem na região do conflito.
Além disso, Obama afirmou que a Turquia "foi extraordinariamente generosa" em seu apoio à crise dos refugiados.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, pediu pela manhã a abertura de canais de comunicação entre a Turquia e a Rússia para evitar novos incidentes como a derrubada do avião de guerra.
Putin, que assinou um decreto impondo sanções econômicas contra a Turquia em razão do incidente, disse que o país derrubou o jato porque queria proteger o abastecimento de petróleo dos militantes do Estado Islâmico. Erdogan definiu como "calúnia" as acusações de que a Turquia compra petróleo do Estado Islâmico e prometeu renunciar ao cargo de presidente da Turquia caso as acusações sejam comprovadas. / REUTERS e EFE