Oposição contesta resultado e declara vitória de Edmundo González Urrutia por 70% dos votos

María Corina Machado disse ser ‘impossível’ resultado divulgado pelo CNE e prometeu anunciar ‘as ações para defender a verdade’; González Urrutia pede que não haja violência nas ruas

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A líder opositora María Corina Machado e seu candidato Edmundo González Urrutia se pronunciaram depois da divulgação dos resultados do CNE, que declarou vitória para Nicolás Maduro. Segundo ela, os dados divulgados são “impossíveis diante dos dados que estamos recebendo”.

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“Hoje queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo inteiro que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzalez Urrutia”, afirmou a opositora sob aplausos de apoiadores. “Já ganhamos e todo mundo já sabe. Isso tem sido algo tão grande e abrumador que ganhamos em todos os cantos do país, em todas as cidades do país, em todos os Estados do país.”

O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, divulgou que, com 80% das urnas apuradas, Maduro recebeu 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González Urrutia. A votação, porém, ainda não foi certificada por observadores do Centro Carter, nem da ONU, e as horas que se seguiram ao fechamento das urnas foram acompanhadas por pressão diplomática de países sul-americanos e europeus, além dos Estados Unidos para que os resultados sejam auditados.

O candidato da oposição Edmundo González Urrutia e a líder María Corina Machado em coletiva de imprensa na madrugada desta segunda, 29 Foto: Federico Parra/AFP

A oposição denunciou não ter tido acesso às atas eleitorais que poderiam comprovar os resultados e acusou Maduro de fraudar a votação.

“Sabemos o que aconteceu hoje”, afirmou María Corina. “Neste momento temos mais de 40% das atas. Estamos recebendo todas as atas que o CNE transmitiu e todas as informações coincidem que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro 30% dos votos, esse é a verdade. E essa é a eleição com a maior margem de vitória. Parabéns Edmundo.”

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“Quando digo que quando todo mundo sabe o que aconteceu aqui, me refiro ao próprio regime. Eles sabem o que pretendem fazer. Isso sabe toda a comunidade internacional, até mesmo os aliados. Todos sabem que os venezuelanos votaram por uma mudança”, continuou a líder opositora.

“Todos sabemos o que já aconteceu. Já aconteceu. Hoje os derrotamos com os votos em toda Venezuela. Isso também sabem os membros do Plano República, os militares. O dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania do voto”. Considerada um dos poderes mantenedores do chavismo, a oposição tem feito apelos às Forças Armadas ao longo das últimas semanas.

“Nós vamos defender a verdade. Por isso quero pedir a cada um dos nossos mesários e fiscais que daí ninguém sai, e peço a toda a comunidade da Venezuela que vá em família acompanhar a apuração em todos os centros de votação. Seguimos registrando a vitória de Edmundo González Urrutia em toda parte de Venezuela e é abrumadora.”

Terminou dizendo: “Nos próximos dias vamos seguir anunciando as ações para defender a verdade.”

González Urrutia se pronunciou logo em seguida: “Os venezuelanos e mundo todo sabemos o que aconteceu hoje. Aqui foram violadas as normas já que não foram entregues todas as atas”.

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“Nossa mensagem de reconciliação segue vigente. Nossa luta continua e não descasaremos até que a vontade do povo de Venezuela seja respeitada.”

Quando questionado se estava chamando os venezuelanos a ir às ruas, o diplomata afirmou que não estava chamando para a violência. “É uma celebração cívica”, concordou María Corina.

Maduro pede respeito

O ditador Nicolás Maduro se pronunciou minutos depois dos resultados declarados pelo CNE. Em frente ao Palácio Miraflores, onde mais cedo ele havia convocado seus apoiadores a se reunirem, ele exigiu que os resultados sejam respeitados.

“Temos que respeitar essa Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Fernando Vergara/AP

“Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca jamais pensei, jamais, em estar em cargo público de relevância. Sempre o que me levou foi o espírito de lutar por Venezuela”, continuou.

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E teceu elogios ao seu antecessor, Hugo Chávez, que morreu em 2013. “Minha única inspiração foi ser soldado de Hugo Chávez.”

Ele disse que já recebeu ligação de líderes da Nicarágua, Cuba e Bolívia para felicitar os resultados. “Sua ligação foi de admiração pela valentia desse povo”.

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