Opositores e apoiadores de Cristina Kirchner se reúnem em Buenos Aires após acusação de corrupção

Centenas de pessoas realizaram protestos em frente à casa da vice-presidente no famoso bairro da Recoleta

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Por Redação

BUENOS AIRES - Apoiadores e opositores da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participaram de manifestações em frente à sua casa no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, após a acusação de corrupção feita pelo Ministério Público, que pediu de 12 anos de prisão contra Cristina.

Centenas de opositores estenderam bandeiras argentinas e fizeram apitaços e panelaços em comemoração ao pedido de condenação, cantando slogans hostis à vice-presidente peronista no início da noite de segunda-feira, 22. Apoiadores de Cristina chegaram ao local mais tarde.

Manifestantes contrários a Cristina Kirchner protestam em Buenos Aires. Foto: Magali Druscovich/ REUTERS

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A polícia de Buenos Aires montou um cordão de isolamento para manter os manifestantes separados, mas apoiadores da vice-presidente denunciaram que houve violência, incluindo o uso de gás lacrimogêneo, apenas contra o lado favorável a Cristina.

Em uma publicação nas redes sociais, Cristina apontou que houve repressão contra cidadãos e cidadãs que foram ao local “como demonstração de apoio ante os insultos de um grupo de energúmenos macristas”.

Polícia de Buenos Aires monta cordão de isolamento entre manifestantes favoráveis e contrários à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Foto: Juan Mabromata/ AFP

“A polícia da cidade reprimiu com paus, gás de pimenta e gás lacrimogêneo”, detalhou a vice-presidente, comparando o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta ao ex-presidente Mauricio Macri.

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Depois de mais de três horas, apoiadores da vice-presidente permaneceram no local, entoando palavras de ordem em seu favor, enquanto as tropas reforçadas pela Polícia Federal pareciam ter a situação sob controle.

Pedido de prisão

O Ministério Público da Argentina pediu uma sentença de 12 anos de prisão e perda dos direitos políticos perpétua para Cristina. Ela é acusada de corrupção em licitação de obras durante seu mandato como presidente (2007-2015).

O pedido de prisão foi condenado pela Presidência da República, em um posicionamento institucional, e pelo presidente da República, Alberto Fernández, em uma manifestação particular.

Manifestante carrega cartaz em apoio à Cristina Kirchner. Foto: Juan Mambrota/ AFP

“A perseguição judicial endossada e promovida por diferentes veículos de comunicação, a criminalização abusiva da figura da associação ilícita e a imposição da prisão preventiva como pena antecipada” são “aspectos que contradizem os dogmas do direito penal no Estado de Direito. Nenhum dos atos atribuídos à ex-presidente foi provado, e toda a acusação contra ela se refere apenas à função que ela exerceu durante aquele período, o que lamentavelmente degrada os princípios mais elementares do direito penal moderno”, diz o texto da presidência.

O caso contra Cristina envolve supostas irregularidades na concessão de 51 contratos de obras públicas na província de Santa Cruz a companhias pertencentes ao empresário Lázaro Báez durante os mandatos dela e do marido, seu antecessor Néstor Kirchner.

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Em uma nota pessoal, Alberto Fernández afirmou que “é um dia muito ingrato” para alguém que, como ele, “cresceu na família de um juiz, cresceu no mundo do Direito e ensina Direito Penal há mais de três décadas”. Ele reiterou seu “mais profundo afeto e solidariedade” em relação à vice-presidente./ AFP e EFE

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