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Otan se prepara para iniciar coleta de armas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia macedônia informou hoje a ocorrência de uma explosão e de disparos ocasionais de armas de pequeno calibre em uma área próxima a Tetovo, a segunda cidade do país, ao mesmo tempo em que as tropas da Otan se preparavam para recolher o armamento dos rebeldes de etnia albanesa. Não houve informação de mortos ou feridos. De acordo com a polícia, a explosão destruiu um posto de verificação de veículos. Os tiroteios, ocorridos nos povoados de Ratae e Zilce, não foram considerados enfrentamentos graves e as forças governamentais não tomaram parte. Os funcionários da Otan não tinham informações sobre os incidentes, mas disseram que, de uma maneira geral, as hostilidades estão diminuindo. Ao mesmo tempo, continuavam os preparativos para a missão da aliança atlântica que recolherá o armamento. A Otan anunciou ontem que havia acertado com os rebeldes um número de armas que deverão ser recolhidas por suas tropas, desta forma, a missão poderá começar no início da próxima semana. "Tudo deverá estar pronto até domingo", disse um alto funcionário da Otan, que pediu para permanecer no anonimato. A aliança não informou qual foi o número de armas que será entregue acertado com os rebeldes, mas diplomatas ocidentais, que não desejam ser identificados, falaram em cerca de 3.000. O governo macedônio havia dito que os insurgentes contavam com cerca de 85.000 armas, cifra que muitos consideram exagerada. Os observadores internacionais acreditam que tal número trata-se de uma tentativa dos ultraconservadores no governo de bloquear um pacto de paz. O rebelde Exército de Libertação Nacional havia inicialmente afirmado dispor de apenas 2.000 armas, um número desconsiderado pelo major-general Gunnar Lange, da Dinamarca, o comandante da Otan em Skopje, a capital da Macedônia. "Os primeiros números do ELN eram números iniciais e não verdadeiramente críveis, e assim foram necessárias novas avaliações e discussões", afirmou ontem Lang. "Acredito que o número agora é verossímil e próximo da avaliações de nossa inteligência". Oficiais da Otan deram pouca importância à disputa sobre a quantidade de armas, argumentando que o objetivo da missão é criar confiança entre os dois lados. O acordo de paz prevê que as armas serão entregues em três etapas, cada uma sendo acompanhada por passos políticos por parte do governo. Os rebeldes lançaram uma insurgência em fevereiro alegando estar lutando por maiores direitos para a minoria albanesa étnica do país. O governo de maioria eslava acusa os rebeldes de estarem querendo partilhar o país e criar um Estado independente.

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