OSLO - O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, afirmou, em entrevista exclusiva à BBC, que nenhum país pode se proteger totalmente de ataques como os ocorridos na última sexta-feira no país e que deixaram 76 mortos.
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"Acredito que sociedade nenhuma, e temos visto isto em inúmeras sociedades, é capaz de estar 100% protegida contra atos de terrorismo, de violência. Temos conflitos, pessoas extremistas na Noruega e vimos violência antes, mas não na escala vista na sexta-feira", disse ele. Ele disse acreditar que os ataques mudaram o país, mas a Noruega que emergirá "será reconhecível". "Teremos uma Noruega antes e uma depois dos ataques com bomba e assassinatos. Mas farei tudo o que puder para não mudarmos de forma a prejudicar nossos valores básicos de abertura, democracia e participação", prosseguiu. "A Noruega é um país onde nos sentimos todos muito próximos uns dos outros e não tínhamos experimentado nada assim antes. Temos que voltar até a Segunda Guerra Mundial para encontrar algum tipo de violência parecido. Por isso, as pessoas estão em luto profundo, ainda chocados, mas unidas e juntas para se confortar", completou.O primeiro-ministro agradeceu a solidariedade que a Noruega vem recebendo por parte da comunidade internacional. Outros desenvolvimentos Nesta segunda-feira, a polícia norueguesa revisou para baixo o total de mortos nos dois ataques coordenados ocorridos em Oslo e na ilha de Utoya. De acordo com as novas estimativas, o total de mortos foi de 76, e não de 93, como havia sido divulgado anteriormente. Segundo a polícia, 68 pessoas foram mortas no ataque perpetrado por Anders Behring Breivik na ilha de Utoya. A contagem anterior era de 86. Já o número de mortos no atentado a bomba no centro de Oslo subiu de sete para oito, segundo o porta-voz da polícia de Oslo Oeystein Maeland.
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