Países latinos se comprometem a regularizar imigrantes venezuelanos
Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai assinaram um 'Plano de Ação' regional para regularizar situação dos imigrantes; Brasil e México apoiaram mas não assinaram
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Por Redação
Oito países latino-americanos se comprometeram nesta sexta-feira, 23, em Quito, a buscar mecanismos para regularizar os imigrantes venezuelanos no continente, apesar das dificuldades que enfrentam pela ausência de documentos.
Venezuelana passa maquiagem em acampamento na capital do Equador, Quito; agências da ONU já consideram que 2,2 milhões de pessoas deixaram o país socialista Foto: AP Photo/Dolores Ochoa
Dos 13 países que participaram do segundo encontro regional sobre a imigraçãovenezuelana, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai assinaram um "Plano de Ação" regional.
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A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos
1 / 20A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos
Roraima
Cerca de 40 mil imigrantes vivem atualmente em Boa Vista, capital de Roraima. Em um ano, chegada de venezuelanos aumentou em 10% a população da cidade... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Travessia
Cerca de 700 imigrantes fazem fila diariamente na fronteira da Venezuela com o Brasil, próximo ao município de Pacaraima, em Roraima Foto: Werther Santana/Estadão
Caminho
Após atravessarem a fronteira, muitos venezuelanos caminham por dias pela estrada até a chegada em Boa Vista. Foto: Werther Santana/Estadão
Carona
Na foto, a família de Francisco da Encarnación tenta conseguir uma carona pela BR-174 atéBoa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Abrigo
Os cinco abrigos de Boa Vista estão superlotados. Na foto, o abrigo do bairro Pintolândia, no qualimigrantes vivem dentrode um ginásio e em tendas no ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Descanso
Nos abrigos, imigrantes dormem em colchões dispostos no chão ou em redes improvisadas Foto: Werther Santana/Estadão
Rotina
Na foto, imigrantes penduram roupas em ginásio transformado em abrigo pela Defesa Civil de Roraima Foto: Werther Santana/Estadão
Em praças
Com os abrigos lotados, imigrantes montaram barracas improvisadas nas praças, mas não contaram com a ajuda do poder público. Na Praça Simon Bolívar, p... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Falta de estrutura
Comércio no entorno de praça cobra R$ 3 para venezuelanos utilizarem banheiros. Sem alternativa, muitos procuram matagais próximos para urinar e defec... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Superlotação
Dentre os abrigos,a pior situação é a do localizado no bairro Pintolândia, que acolhe apenas venezuelanos indígenas. O local tem capacidade para 370 p... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Refeições
Na foto, venezuelanos esperam na fila para receber comida noGinásioTranquedo Neves, transformado em abrigo pela Defesa Civil em Boa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Refeições com sobras
Com a chegada de mais refugiados à cidade e a falta de vagas em abrigos, os que vivem em praças começaram a buscar alternativas para comer. Inicialmen... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Fechamento de fronteira
A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), se encontrou na quinta-feira com a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatora da aç... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Higiene
Venezuelanos acampados em praça de Boa Vista andam mais de dois quilômetros até o Rio Branco para tomar banho ou lavar roupas. Foto: Werther Santana/Estadão
Comércio improvisado
Ruas do entorno do abrigo Tancredo Neves viraram uma espécie de feira ao ar livre de venezuelanos, com venda de alimentos e cigarros e prestação de se... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Trabalho
O trabalho autônomo foi a opção encontrada por imigrantes que não conseguem emprego na capital de Roraima. Alguns vendem os poucos itens que trouxeram... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Precarização
Outra mudança no mercado de trabalho de Boa Vista trazida pela imigração foi a redução no valor das diárias pagas a profissionais autônomos. Com muita... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Nas ruas
Venezuelanos trabalham nos faróis lavando os retrovisores de carros para ganhar trocados em Boa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Prostituição
Moradores contam que a presença de garotas de programa nas calçadas se intensificou com o aumento da imigração venezuelana na cidade. Antes, dizem ele... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Violência
Com o aumento da população, Boa Vista viu o número de ocorrências criminais dobrar. Mas apenas 0,5% dos crimes foi cometido por venezuelanos, segundo ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
O documento assinala que serão fortalecidas as iniciativas "para uma adequada inserção econômica e social dos cidadãos venezuelanos, por meio de processos de normalização migratória dentro das possibilidades e da legislação de cada país de acolhida".
Brasil e México manifestaram seu apoio à resolução, mas não assinaram o documento porque estão em um período de transição de governo.
O Panamá assinalou que fará consultas, e Guatemala e República Dominicana decidiram não assinar o documento.
Santiago Chávez, vice-ministro equatoriano de Mobilidade Humana, considerou fundamental que os venezuelanos que fogem da grave crise econômica e política em seu país apresentem seus documentos de viagem para que possam ter acesso à saúde, educação, habitação e trabalho nas demais Nações.
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"Estamos insistindo justamente em que a Venezuela cumpra com sua obrigação de documentar seus cidadãos", declarou Chávez em entrevista coletiva.
Segundo a ONU, desde 2015 ao menos 2,3 milhões de venezuelanos abandonaram seu país. Colômbia, Peru e Equador são os principais destinos destes imigrantes, que fogem da escassez de alimentos e medicamentos, e de uma inflação galopante. /AFP