O Papa Francisco sugeriu neste domingo, 29, que os ataques de Israel em Gaza e no Líbano são “imorais” e desproporcionais, e que o domínio militar israelense foi além das regras da guerra.
Durante viagem à Bélgica, Francisco foi questionado sobre o assassinato por Israel de um dos membros fundadores do Hezbollah, Hassan Nasrallah. O ataque de sexta-feira, 27, em Beirute teve como alvo uma área maior do que um quarteirão da cidade e reduziu vários edifícios residenciais a escombros. Pelo menos seis outras mortes foram confirmadas.
O Papa não mencionou Israel pelo nome e disse que estava falando em termos gerais. Mas disse que “a defesa deve ser sempre proporcional ao ataque”.
“Quando há algo desproporcional, há uma tendência dominante que vai além da moralidade”, disse ele. “Um país que faz essas coisas - e estou falando de qualquer país - de forma superlativa, essas são ações imorais.”
Ele disse que mesmo que a guerra em si seja imoral, há regras que “indicam alguma moralidade”.
“Mas quando você não faz isso... você vê o sangue ruim dessas coisas”, disse ele.
A morte de Nasrallah causou comoção em todo o Líbano e no Oriente Médio, onde ele foi uma figura de relevo político e militar por mais de três décadas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o ataque israelense foi uma “medida de justiça” para as vítimas do “reinado de terror” do Hezbollah.
Francisco tentou encontrar um equilíbrio em seus comentários sobre o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e os conflitos em Gaza e no sul do Líbano que se seguiram. Ele pediu um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns feitos pelo Hamas e a chegada de ajuda humanitária a Gaza.
Francisco acrescentou ainda que telefona diariamente para a paróquia católica em Gaza para saber como estão se saindo./AP
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