WASHINGTON - A Convenção Nacional Democrata da próxima semana contará com uma lista de políticos de peso, estrelas em ascensão e americanos comuns explicando por que Joe Biden deve ser eleito presidente dos Estados Unidos em 3 de novembro. Confira os palestrantes das quatro noites da programação virtual que começa na segunda-feira, 17.
Show de Unidade
A primeira noite de programação representa um esforço para demostrar todo o espectro ideológico do país unindo-se à candidatura de Biden. O senador Bernie Sanders, um liberal proeminente que lutou contra o centrista Biden pela indicação democrata, e o ex-governador republicano de Ohio John Kasich, duas vezes candidato à presidência, dirão aos eleitores por que ambos apóiam Biden como alternativa ao presidente republicano Donald Trump.
A deputada Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, uma importante voz progressista que irrita os conservadores e representa uma geração mais jovem de eleitores, muitas vezes em desacordo com as posições políticas de Biden, deve falar na convenção em 18 de agosto.
Além de Sanders, a convenção apresentará vários outros ex-rivais de Biden nas primárias democratas, incluindo o prefeito de South Bend Pete Buttigieg, que se tornou um grande arrecadador de fundos para a candidatura de Biden.
Julián Castro, ex-secretário federal de Habitação no governo Obama que também concorreu à presidência, estará entre os palestrantes latinos que destacam o foco do partido na diversidade, segundo uma fonte a par da programação.
Mulheres por Biden
A senadora Kamala Harris, da Califórnia, escolhida na terça-feira para ser a companheira de chapa de Biden, aceitará a indicação do partido à vice-presidência em um discurso em 19 de agosto.
Várias outras mulheres que Biden considerou para o lugar na chapa também falarão na convenção, incluindo as senadoras Elizabeth Warren e Tammy Duckworth, a governadora de Michigan Gretchen Whitmer, a governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, e a prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms.
As senadoras Amy Klobuchar e Catherine Cortez Masto, que estavam na lista de candidatas até a retirada de seus nomes do processo, também falarão.
A deputada Lisa Blunt Rochester, que ajudou a administrar o processo de seleção pública incomum para a escolha na chapa democrata, e a mulher de Biden, Jill, que teve participação privada na seleção, também estão na lista.
Americanos comuns
A convenção televisionada também destacará americanos que não estão na lista de democratas ilustres, mas que representam os valores que o partido espera projetar.
De acordo com o comitê nacional do partido, vários dos palestrantes foram afetados pela pandemia do coronavírus,sofreram as conseqüências econômicas e a injustiça racial que o país está enfrentando.
Entre eles, um imigrante da Flórida que é paramédico e trabalhava na linha de frente durante a pandemia e um fazendeiro da Pensilvânia que votou em Trump, mas agora apoia Biden.
'Pesos pesados' democratas
Dois ex-presidentes democratas e primeiras-damas falarão em horários nobres ao longo da semana. A ex-primeira-dama Michelle Obama, que ainda não desempenhou um papel ativo na campanha de Biden, será a estrela na segunda-feira em um dos discursos mais esperados da semana.
Ela será seguida pelo ex-presidente Bill Clinton, em 18 de agosto, e pela ex-secretária de Estado Hillary Clinton, indicada pelo partido em 2016, em 19 de agosto.
O ex-presidente Barack Obama, a quem Biden foi vice-presidente por oito anos, também terá um papel de alto nível como orador em 19 de agosto.
Entre os outros democratas e aliados de Biden destacados estão o governador de Nova York, Andrew Cuomo, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que ganharam destaque em meio à pandemia, assim como a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, uma adversária frequente de Trump.
A noite final traz o próprio Biden, que aceitará a indicação do partido em um discurso tradicionalmente visto como o ponto de largada para a reta final para a eleição. Biden falará ao país de seu Estado natal, Delaware, depois que o partido cancelou as atividades da convenção em Milwaukee por causa de preocupações com o coronavírus./REUTERS
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