PUBLICIDADE

Parafuso solto pode ter provocado perda de porta em voo da Boeing nos EUA

Autoridades investigam se parafusos de fuselagem em aeronaves Boeing 737 Max 9 nunca foram instalados na aeronave; porta de avião soltou durante voo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Autoridades americanas afirmaram nesta segunda-feira, 9, que é possível que os parafusos de fuselagem do Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines, que pousou de portas abertas no dia 5, nunca tenham sido instalados na aeronave.

PUBLICIDADE

De acordo com a presidente do Conselho de Segurança no Transporte dos EUA, Jennifer Homendy, essa é uma das hipóteses para que a fuselagem do avião tenha se soltado durante um voo. Horas antes da declaração da presidente, a companhia United Airlines afirmou ter encontrado parafusos soltos em painéis de fuselagem de seus aviões Max 9 durante uma inspeção. A Alaska Airlines também disse que encontrou “peças soltas” no Max 9.

O painel que saiu do avião, chamado de plugue de porta, é colocado onde estaria uma porta de saída de emergência se a aeronave tivesse mais assentos. Homendy disse que quatro parafusos deveriam ter impedido que o plugue se movesse para cima e saísse do avião.

Imagem mostra aeronave Boeing 737 da Alaska Airlines pousando no Aeroporto de Portland, no dia 6. Acidente de despressurização pode estar relacionado à falta de parafusos Foto: Craig Mitchelldyer/AP

Entretanto, os parafusos não estavam no plugue quando os investigadores o recuperaram. Agora, eles investigam se eles estavam lá antes do equipamento ser desacoplado. “Não sabemos se eles estavam lá ou se saíram durante o evento de descompressão explosiva e violenta”, disse Homendy.

O plugue da porta que saiu do avião foi instalado a princípio pela Spirit AeroSystems, que fabrica a carroceria para o 737 Max e outras aeronaves. Os investigadores disseram que apuram se houve algum serviço na porta ou próximo a ela desde que o avião começou a voar, em novembro do ano passado.

Os investigadores também devem apurar se a instalação de equipamentos de internet sem fio no avião por uma empresa contratada, a AAR, entre 27 de novembro e 7 de dezembro, teve algum papel na despressurização, que surgiu após a conclusão do trabalho. Em um comunicado, a AAR disse que “não realizou nenhum trabalho em ou perto de qualquer plugue da porta de saída da cabine daquela aeronave específica”.

Despressurização

As investigações nas aeronaves Boeing 737 Max 9 começaram após o voo 1282 da Alaska Airlines ter o plugue da porta arrancado do avião cerca de 10 minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional de Portland. Os passageiros da aeronave ficaram sujeitos ao vento externo, e os pilotos precisaram retornar rapidamente ao aeroporto para evitar uma tragédia. Não houve feridos graves. A tampa da porta, smartphones, brinquedos e outros itens pessoais saíram do buraco na lateral do avião e caíram em Portland.

Publicidade

O acidente de sexta-feira poderia ter sido muito mais catastrófico, especialmente se o avião estivesse em uma altitude mais alta, disseram especialistas.

As companhias aéreas cancelaram centenas de voos enquanto se preparam para inspecionar quase 200 aeronaves Max 9, que ficarão paradas até que os reguladores e funcionários das empresas decidam que são seguras. Os planos de viagem de alguns passageiros podem ser interrompidos por dias. Segundo a Cirium, a Alaska Airlines tem 65 Max 9, cerca de 20% da frota, e a United, 79 (8% da frota), mais do que qualquer outra companhia aérea.

Imagem do dia 7 mostra inspeções em aeronave da Boeing que teve plugue de porta desacoplado durante voo Foto: Companhia Nacional de Segurança do Transporte/AP

Segundo Homendy, a Alaska Airlines foi avisada três vezes antes do voo sobre problemas com a pressão da cabine no avião. Esses avisos foram significativos o suficiente para que a companhia aérea tivesse decidido que o avião não poderia mais ser usado em voos para o Havaí.

A investigação também revisa o gravador de dados de voo do avião para tentar determinar se a luz de aviso de pressurização poderia ser conectada ao plugue da porta. O avião tem vários sistemas de backup caso um dos sistemas de pressurização falhe. “Pode ter havido algo errado com a luz ou com aquela outra unidade, mas há redundâncias no sistema”, disse Homendy.

Outras companhias aéreas com aviões Max 9 estão fora dos Estados Unidos, como Copa Airlines do Panamá, Turkish Airlines e Icelandair. /NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.