A torre Eiffel, símbolo de Paris e monumento mais visitado do mundo, começou nesta segunda-feira, 18, a ser cercado por um muro de vidros à prova de balas de 3,24 metros de altura que terá como objetivo proteger parisienses e turistas do risco de atentados terroristas. O objetivo da prefeitura da capital e da chefia de Polícia é impedir, por exemplo, ataques com veículos no enorme vão aberto ao público aos pés da torre.
Hoje cercado por grades provisórias, o local ficará em obras até 13 de julho de 2018, véspera da festa nacional – e também do segundo aniversário do atentado de Nice, cometido por um terrorista usando um caminhão.
Hoje, os primeiros operários começaram os trabalhos de instalação da infraestrutura necessária para a equipe que realizará a construção. As barreiras, no entanto, só serão erguidas a partir de 5 de outubro, pelo período de 10 meses e ao custo de € 20 milhões, pagos pela Sociedade de Exploração da Torre (Sete), o organismo privado que organiza a frequentação e faz as obras de preservação, de restauro e de modernização do monumento. A entidade garantiu hoje que não haverá fechamento da torre durante as obras, mas o acesso poderá ser alterado em razão do avanço dos trabalhos.
Os materiais escolhidos para o projeto, assinado pelo arquiteto Dietmar Feichtinger, foram o vidro de alta resistência para as fachadas frontal, frente ao Rio Sena, e posterior da torre, e grades de metal nas laterais, no parque no qual a torre está situada.
A torre Eiffel recebe cerca de 6 milhões de visitantes por ano, mas em 2016 sofreu o impacto dos atentados de Paris, em janeiro e novembro e 2015, e de Nice, no meio do ano passado, com uma queda de 14% na frequentação. Ainda assim, foram 5,8 milhões de visitantes a subir os degraus ou os elevadores da "dama de ferro".
Em 2017, Paris já registra um acréscimo de mais de 10% no turismo e o prognóstico aponta que o recorde de turistas pode ser quebrado ainda neste ano.
Ainda que tenham sido elaboradas para garantir a segurança do parque e dos visitantes, a obra de cercamento da torre enfrenta uma onda de protestos nas redes sociais na França. Hoje, uma hashtag circulava no Twitter com a frase: "Paris não é mais uma festa", em referência ao título do livro do escritor Ernest Hemingway, Paris é uma festa, de 1964.
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