Paris vai à praia. Ali mesmo, na Rive Droite

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Por Agencia Estado
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Paris tinha tudo, menos praia no verão. Agora não falta mais nada. O atual prefeito da Cidade Luz, o socialista Bertrand Delanoé, tenta suprir essa lacuna implantando um projeto de verão chamado "Paris-Plage". A partir de hoje, e até 28 de agosto, um trecho de 3,8 km da via expressa do Rio Sena, na margem direita, a ?Rive Droite?, entre o cais do Louvre e Henri IV, tem a circulação de veículos proibida e o espaço está entregue ao lazer dos parisienses. A operação "Paris-Plage" deverá custar US$ 1,5 milhão, devendo oferecer a população uma área inesperada de lazer para os que não podem descer para a Côte d?Azur ou subir para as praias do Norte e da Normandia. Mais de 180 metros cúbicos de areia, áreas gramadas, 130 guarda-sóis , uma centena de palmeiras, 22 cabines de banho, quatro bares com animação musical, miniclubes para crianças, estão transformando essa região da cidade, permitindo ao parisiense tomar sol durante o período do verão. Nos últimos dias, trabalhadores municipais se dedicaram a preparar essa operação, que vai alcançar também a própria praça da Prefeitura, transformada em quadras de vôlei de praia. Pela primeira vez, um campeonato desse esporte ocorrerá na capital francesa, cuja praia mais próxima, Deauville, encontra-se a uma distância de 200 quilômetros. Durante as noites de verão, 70 espetáculos musicais e artísticos estão programados. As festividades serão suspensas num único dia, 28, o da chegada à capital da prova ciclística "Tour de France". Os ambientalistas, que apóiam o prefeito, participam com entusiasmo desse projeto. Esses quase quatro quilômetros da ?Rive Droite? constituem uma auto-estrada que ajuda a poluir o centro da capital. O projeto faz parte da política da Prefeitura de reduzir cada vez mais o espaço do automóvel na cidade. O tempo em que o então presidente George Pompidou dizia que "o parisiense tinha quatro rodas", nos anos 60, já pertence ao passado. Hoje, graças a um excelente sistema de transporte coletivo, trem, ônibus, metrô e metrô regional, metade dos parisienses já não possui carro, e a tendência é de que esse número cresça ainda mais. Essa iniciativa do prefeito de Paris está sendo aprovada por 66% dos parisienses. Apesar disso, estão sendo esperados congestionamentos amanhã, no centro da cidade ? e reações iradas dos parisienses que não abrem mão do transporte individual.

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