O Parlamento da Venezuela inicia neste domingo, 5, o seu ano legislativo com a renovação da sua direção, apenas cinco dias antes da tomada de posse de Nicolás Maduro como presidente do país, entre denúncias de fraude na sua reeleição.
O presidente da Assembleia Nacional unicameral, o líder chavista Jorge Rodríguez, um dos homens de confiança de Maduro, deverá ser confirmado no cargo na sessão de domingo em Caracas.
Maduro, no poder desde 2013, será convocado pela Câmara na próxima sexta-feira, 10, para tomar posse pelo terceiro mandato consecutivo, que se estenderá até o ano de 2031.
“Sairemos às ruas aos milhões para jurar pela Venezuela”, afirma o governante de esquerda num vídeo que publicou no Instagram que é trecho de um discurso feito em dezembro às portas do palácio presidencial de Miraflores, em frente aos manifestantes do chavismo.
“A casa do povo nunca cairá nas mãos de um fantoche”, disse Maduro em referência ao seu opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica a vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Maduro foi proclamado reeleito pela autoridade eleitoral com 52% dos votos, sem que até agora tenha sido publicada uma contagem detalhada, como exige a lei. A oposição, no entanto, reivindica a vitória de González Urrutia.
Os protestos pós-eleitorais deixaram 28 mortos e mais de 2.400 detidos, embora quase 1.400 tenham sido libertados. Três morreram na prisão em meio a queixas de abuso e falta de cuidados médicos.
González Urrutia, que se exilou na Espanha em setembro, prometeu retornar à Venezuela para a posse em 10 de janeiro. O político cumpre uma turnê internacional, estando agora na Argentina. Urrutia também visitou Uruguai, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana.
Enquanto Maduro apela a uma reforma da Constituição, o Parlamento tem aprovado leis questionadas por organizações de direitos humanos.
No final de novembro, os legisladores aprovaram uma lei que pune o apoio a sanções internacionais contra o país com uma pena máxima de 30 anos de prisão, o que os ativistas consideram uma desculpa para perseguir os opositores. /AFP
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