As pás do moinho de vento do histórico cabaré Moulin Rouge, um dos marcos mais famosos de Paris, desabaram nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 25, três meses antes de a capital francesa receber os Jogos Olímpicos e milhões de visitantes.
Embora a causa do incidente ainda não seja conhecida, o diretor do Moulin Rouge, Jean-Victor Clerico, disse que não há evidências de “sabotagem”, mas que o incidente foi causado por um “problema técnico”.
As letras M, O e U do nome do local, na fachada, também caíram, mas não houve feridos e não há risco de outro colapso da estrutura do edifício, disseram os bombeiros.
“É inacreditável”, disse Exaucé, que não quis dar seu sobrenome, à AFP. O cozinheiro do Moulin Rouge descobriu as lâminas no chão quando chegou ao local por volta das 8h em Paris. A entrada do estabelecimento foi isolada na manhã de quinta-feira, mas a rua não foi bloqueada, pois um caminhão removeu os elementos desmoronados, observou um jornalista da AFP.
“É estranho. É como cortar a cabeça da Torre Eiffel. Está doendo. Espero que o consertem rapidamente”, disse à AFP Daniel, 58 anos, que passa por ela todos os dias a caminho do trabalho.
A empresa proprietária disse à AFP que “esta é a primeira vez que ocorre um acidente desse tipo desde que o Moulin Rouge foi fundado em 6 de outubro de 1889″.
Templo do cancan
Felizmente, isso aconteceu depois do horário de fechamento”, acrescentou a empresa, segundo a qual “toda semana a gerência técnica do cabaré verifica o mecanismo das pás do moinho de vento e não encontrou nenhum problema”.
“O local em si é vigiado 24 horas por dia, especialmente no telhado, com presença humana. Já sabemos que não se trata de sabotagem, mas obviamente de um problema técnico”, disse Clerico à imprensa.
O único incidente grave no templo mundial do cancan foi um incêndio causado por obras em 1915, que o obrigou a fechar por nove anos, segundo o cabaré.
Esse estabelecimento, que completará 135 anos em 6 de outubro, está localizado aos pés da turística colina de Montmartre, no norte de Paris, no coração do animado bairro de Pigalle.
Sinônimo das noites parisienses selvagens do Lido e de seus dançarinos de cancan, ele atrai milhares de visitantes de todo o mundo todos os dias, que tiram fotos de si em frente à sua fachada.
Seus shows de dançarinos em anáguas e babados, na esteira de lendas como La Goulue, la Môme Fromage, Nini Pattes en l’air e Mistinguett, tornaram essa instituição famosa.
O filme musical “Moulin Rouge”, de Baz Luhrmann, em 2001, estrelado por Nicole Kidman e Ewan Mc Gregor, reforçou seu interesse internacional.
O Moulin Rouge recebe 600mil espectadores por ano, com duas apresentações por noite, 365 dias por ano, e emprega cerca de 450 funcionários./AFP
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