Nancy Pelosi deixa Taiwan e China envia caças para zona aérea em litígio

Forças de defesa de Taiwan afirmam que 27 jatos chineses entraram em zona de defesa aérea do país nesta quarta-feira, 3

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Por Redação
Atualização:

TAIPÉ - A presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira, 3, após uma rápida, porém polêmica, visita oficial que estremeceu as relações entre Pequim e Washington e provocou uma reação militar intensa da China. Vinte e sete aviões militares da chineses entraram na zona de defesa aérea de Taiwan nesta terça, segundo autoridades locais, e oficiais militares do Exército Popular de Libertação afirmaram que exercícios navais serão realizados em águas territoriais da ilha.

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A rápida passagem de Pelosi pela território taiwanês foi marcada sinalizações a favor da democracia - o que foi entendido por Pequim como uma provocação, em razão de sua reivindicação de que Taiwan é parte da China. Em um discurso em Taipé, durante o encontro com a presidente Tsai Ing-wen, a parlamentar americana afirmou que o mundo estaria enfrentando uma escolha “entre a democracia e a autocracia”.

“A determinação dos Estados Unidos em preservar a democracia, aqui em Taiwan e ao redor do mundo, permanece blindado”, disse Pelosi.

Nancy Pelosi e a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, conversam no palácio presidencial em Taipé. Foto: Taiwan Presidential Office/Handout via REUTERS

A reação chinesa foi imediata. Pequim suspendeu a importação de vários produtos agrícolas e pescados de Taiwan a partir desta quarta, uma forma de sanção ao “governo separatista” liderado por Ing-wen, de acordo com o jornal estatal chinês Global Times. Na frente militar, além dos jatos de guerra enviados para o Estreito de Taiwan nesta quarta, autoridades anunciaram exercícios militares com tiro real a partir de quinta-feira, 4, passando por águas territoriais da ilha, e devem ser os maiores direcionados a Taiwan desde 1995.

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Durante o encontro com Pelosi, a presidente de Taiwan classificou as ações da China como “tentativa de intimidação” e afirmou estar pronta para reagir. “Enfrentando ameaças militares deliberadamente intensificadas, Taiwan não vai recuar. Vamos defender firmemente a soberania de nossa nação e continuar a manter a linha de defesa da democracia”, disse.

A represália chinesa não deve ficar restrita a Taiwan. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, afirmou que o país reagiria com medidas adicionais contra a ilha, mas também contra os EUA, após a ida de Pelosi.

“Sobre as específicas contramedidas, o que eu posso dizer a vocês é que elas vão incluir tudo o que deveria ser incluído”, disse Hua segundo registro do People’s Daily. “As medidas em questão serão firmes, vigorosas e efetivas, e o lado dos EUA e das forças de independência de Taiwan continuarão sentindo isso”.

ãA viagem de Pelosi ocorreu no contexto de advertências cada vez mais ríspidas de Pequim. Em uma reunião de cúpula entre Joe Biden e Xi Jiping na última quinta-feira, 28, o presidente chinês advertiu o presidente americano de que Washington não deveria “brincar com fogo” sobre Taiwan.

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A Casa Branca, por outro lado, tem argumenta que a visita de Pelosi à ilha asiática tem precedentes na História recente e parte de uma decisão do Congresso americano, não representando nenhuma mudança em relação à política externa do país sobre Taiwan - Pelosi afirmou o mesmo em um artigo escrito para o The Washington Post ontem, no qual justificou a medida como forma de reforçar o compromisso dos EUA com a preservação da democracia e da soberania do território.

Pelosi ainda tem duas paradas previstas em seu tour pela Ásia: Coreia do Sul e Japão./ AFP, NYT E WPOST

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