WASHINGTON - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira, 24, fotos que mostram que a Rússia continua a fornecer armamentos para grupos rebeldes na Líbia. Duas imagens feitas por satélite, nos dias 13 e 14 de julho, mostram caças, veículos de lançamento de mísseis e blindados de procedência russa agrupados em um aeroporto nos arredores de Benghazi, uma das principais cidades do país, e em uso, na linha de frente do conflito.
De acordo com o Pentágono, os equipamentos militares russos estão em posse do grupo mercenário Vagner, braço armado do Khalifa Haftar, que, em abril, disse ter tomado o poder central do Governo de Acordo Nacional, reconhecido pela ONU, em Trípoli.
O diretor de operações do Comando dos Estados Unidos para a África (Africom), Bradford Gering, disse que as fotografias são evidências de que Moscou está construindo sua presença na Líbia ao lado de Haftar. "O tipo e o volume de equipamentos demonstram uma intenção de sustentar capacidades ofensivas de ação de combate, não ajuda humanitária, e indica que o Ministério da Defesa da Rússia está apoiando essas operações", afirmou Gering em comunicado.
A foto do dia 13 de julho mostra o Aeroporto de Al-Khadim, nos arredores de Benghazi, uma das principais cidades do leste do país. De acordo com a inteligência americana, é possível identificar na imagem caças SU-24, veículos de proteção antiaérea e aviões IL-76, usados para transporte militar.
Já a foto do dia 14 mostra armas russas sendo utilizadas na linha de frente do conflito, em Sirte, cidade localizada ao leste de Trípoli. Pela foto do satélite, o Pentágono diz ser possível identificar veículos blindados russos com proteção contra minas-terrestres.
A Africom documentou a provisão da Rússia, através do Grupo Vagner, de pelo menos 14 caças Mig-29 e Su-24 para o conflito na Líbia. Na semana passada, a Africom acusou o grupo de colocar minas terrestres em Trípoli e nos arredores.
"A Federação Russa continua a violar a Resolução do Conselho de Segurança da ONU, UNSCR 1970, fornecendo ativamente equipamentos e combatentes militares para a linha de frente do conflito na Líbia", disse Africom no comunicado./ AFP
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