Pentágono revela que está pagando pela internet Starlink de Elon Musk na Ucrânia

Musk forneceu milhares de terminais da Starlink, mas com o desenrolar do conflito, ele expressou preocupação com a tecnologia sendo usada para fins militares

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Por Dan Lamothe

O Pentágono divulgou na quinta-feira, 1, que assinou um contrato para fornecer o serviço de internet via satélite Starlink da SpaceX na Ucrânia, quase oito meses depois que Elon Musk, proprietário da empresa, ameaçou encerrar o acesso a menos que o governo dos EUA pagasse por isso.

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O Departamento de Defesa reconheceu a decisão, mas reteve praticamente todos os detalhes sobre o acordo, incluindo quanto custará aos contribuintes dos EUA e quando o contrato foi assinado. Autoridades de defesa dos EUA haviam estimado anteriormente que o custo anual do Starlink na Ucrânia, que Musk vinha doando, seria de centenas de milhões de dólares.

“As comunicações por satélite constituem uma camada vital na rede geral de comunicações da Ucrânia e o departamento contrata a Starlink para serviços desse tipo”, disse o Pentágono em comunicado. “No entanto, por motivos de segurança operacional e devido à natureza crítica desses sistemas, não temos informações adicionais sobre recursos, contratos ou parceiros específicos para fornecer no momento.”

O Pentágono afirmou que está pagando pela internet fornecida pela Space X na Ucrânia  Foto: George Nikitin / EFE

Embora os termos do acordo permaneçam um mistério, parece ser uma sorte inesperada para Musk, cuja aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões no ano passado foi um fracasso colossal até agora. Um fundo mútuo da Fidelity estimou em um relatório divulgado esta semana que a empresa de mídia social pode ter perdido dois terços de seu valor.

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Funcionários da SpaceX não responderam a um e-mail solicitando comentários sobre o contrato, que foi relatado pela Bloomberg News.

Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia no início de 2022, a Starlink se tornou uma tábua de salvação para seu governo, forças armadas e outras operações essenciais, como hospitais. Musk, uma das pessoas mais ricas do mundo, forneceu milhares de terminais da Starlink, mas com o desenrolar do conflito, ele expressou preocupação com a tecnologia sendo usada para fins militares.

“Estamos nos esforçando para fazer a coisa certa, e isso é uma questão moral extremamente difícil”, escreveu Musk no Twitter em fevereiro. Em outubro, o empresário havia sugerido, também em um tweet, que a SpaceX não poderia continuar a cobrir o custo do Starlink na Ucrânia. Suas reflexões provocaram um alvoroço.

Um médico ucraniano fica perto de um terminal Starlink em abril de 2023 em uma base em Bakhmut  Foto: For The Washington Post / For The Washington Post

“A SpaceX não está pedindo para recuperar despesas passadas, mas também não pode financiar o sistema existente indefinidamente *e* enviar vários milhares de terminais”, escreveu Musk na época, acrescentando: “Isso não é razoável. "

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Um dia depois, Musk adotou um tom diferente.

“Mesmo que a Starlink ainda esteja perdendo dinheiro e outras empresas estejam recebendo bilhões de dólares dos contribuintes, vamos continuar financiando a Ucrânia de graça”, tuitou ele. Depois que alguém respondeu ao seu tweet com o ditado “Nenhuma boa ação fica impune”, Musk respondeu: “Mesmo assim, ainda devemos fazer boas ações”.

A SpaceX já havia lançado o fornecimento de terminais como um gesto humanitário e ofereceu o Starlink a outros países após desastres. Mas a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional também comprou alguns equipamentos Starlink e pagou para enviá-los à Ucrânia, de acordo com documentos obtidos anteriormente pelo The Washington Post.

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