Peres defende desarmamento do Hezbollah para "unificar" o Líbano

"A maioria é contra o Hezbollah. Mas quando a maioria não tem armas e uma minoria tem armas, a minoria com armas é mais forte que a maioria", disse Peres

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-primeiro-ministro israelense e Prêmio Nobel da Paz, Shimon Peres, disse nesta quarta-feira em Berlim que "o desarmamento permanente do Hezbollah é necessário para estabelecer um só Líbano". Peres ofereceu nesta quarta-feira uma entrevista coletiva em Berlim, onde na terça-feira recebeu o prêmio "Quadriga" 2006, concedido anualmente por um júri independente durante o Dia da Unidade alemã, por "sua luta para a reconciliação entre judeus e árabes". "O desarmamento permanente do Hezbollah é necessário para estabelecer um só Líbano. A maioria é contra o Hezbollah. Mas quando a maioria não tem armas e uma minoria tem armas, a minoria com armas é mais forte que a maioria sem armas", disse Peres. O vice-primeiro-ministro israelense lembrou que "o problema atual no Líbano é um problema mais interno. O problema é se o Líbano permanecerá sendo um ´Líbano libanês´", visto os interesses da Síria no país. Peres agradeceu em nome do governo israelense que a Alemanha tenha decidido participar da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) com forças da Marinha. Segundo o vice-primeiro-ministro israelense, a participação da Alemanha é "especial", porque desde a Segunda Guerra Mundial não enviava tropas ao Oriente Médio. "O papel (da Alemanha) não é fazer a guerra, mas preveni-la", disse. Peres afirmou que o mandato alemão está limitado ao litoral, para prevenir o contrabando de armas na região. Os soldados da Finul deverão permanecer no Líbano "tanto tempo quanto for necessário". Sobre o seqüestro de soldados israelenses pelo Hezbollah, Peres disse que estão trabalhando de "forma intensiva" para conseguir sua libertação. "A Alemanha está tendo um papel importante (como mediador nas negociações para uma troca de presos entre Israel e o grupo xiita Hezbollah no Líbano), e estou muito agradecido por isso", disse o vice-primeiro-ministro israelense. Peres não quis se pronunciar sobre se houve ou não avanços nesta questão, porque "o andamento das negociações deve permanecer secreto e não se pode negociar publicamente". Os soldados israelenses Eldad Regev e Ehud Goldwasser, ambos universitários e reservistas, foram capturados pelo Hezbollah em 12 de julho quando patrulhavam junto a fronteira com o Líbano, em território israelense, e desde então estão em paradeiro desconhecido. O seqüestro dos soldados foi um dos motivos para iniciar o conflito entre Israel e as milícias do grupo xiita Hezbollah, que durou 34 dias.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.